Internacional

Hong Kong. Confrontos obrigam a reforço policial, parlamento suspenso e escolas fechadas

Hong Kong. Confrontos obrigam a reforço policial, parlamento suspenso e escolas fechadas
PHILIP FONG

Para além dos bloqueios naquele território, que se alargam aos transportes, a Presidente de Taiwan apelou à comunidade internacional que tome uma posição sobre Hong Kong, na sequência da crescente violência que se sentiu no território nos últimos três dias

O parlamento de Hong Kong foi suspenso esta quarta-feira e a segurança foi reforçada na cidade e nos campus universitários, com as escolas a fecharem num momento em que prosseguem os confrontos entre manifestantes e polícia.

Muitas estações de metropolitano e de comboio foram encerradas depois de os manifestantes antigovernamentais e pró-democracia terem bloqueado as entradas e vandalizado as instalações.

Durante a manhã (madrugada em Lisboa) os manifestantes construíram barreiras improvisadas e colocaram tijolos nas estradas um pouco por toda a cidade e também em algumas universidades, com a Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK) a registar momentos de maior tensão, de acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP).

Na área financeira da cidade já foram efetuadas várias detenções por parte da polícia.

Pelo menos 11 instituições de ensino superior, incluindo a CUHK e a Universidade de Hong Kong, anunciaram que as aulas estão suspensas, de acordo com a emissora RTHK.

Mais de 80 estudantes chineses do continente da CUHK foram retirados dos campus devido aos confrontos entre policiais e manifestantes.

Estes estudantes chineses foram transportados para a cidade vizinha de Shenzhen, noticiou ainda o SCMP.

Horas depois, uma reunião do Conselho Legislativo (o parlamento de Hong Komh) foi suspensa depois do presidente da instituição, Andrew Leung Kwan-yuen, ter ordenado o presidente do Partido Democrata, Wu Chi-wai, a deixar o conselho. Wu questionou o chefe de segurança do território, John Lee, sobre a violência policial e acusou-o de ter "sangue nas mãos".

"Foi você quem transformou Hong Kong nisto", acusou o pró-democrata.

A noite de terça-feira na CUHK já tinha sido marcada pela violência entre manifestantes e forças de segurança. Na segunda-feira, os confrontos em Hong Kong já tinham causado 128 feridos e registado mais de 260 detenções.

Taiwan apela à comunidade internacional que tome posição sobre violência

A Presidente de Taiwan apelou esta quarta-feira à comunidade internacional que tome uma posição sobre Hong Kong, na sequência da crescente violência que se sentiu no território nos últimos três dias.

"Gostaria de apelar à comunidade internacional e às pessoas que acreditam no valor da democracia livre que tomem uma posição e se importem com a situação de Hong Kong", escreveu Tsai Ing-wen no Facebook.

A líder da Ilha Formosa apelou ainda às autoridades da antiga colónia britânica para darem "um passo atrás".

As reivindicações pró-democráticas do povo de Hong Kong, disse, não devem ter como resposta a violência.

"Não usem o sangue dos jovens de Hong Kong para lavar a cara perante as autoridades de Pequim", apontou.

Tsai Ing-wen recordou ainda a violência registada na terça-feira nos campus universitário, em especial na Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK), com manifestantes e polícia em confrontos acessos.

"Ontem à noite [na terça-feira], vimos a polícia correr para a universidade, contra os alunos", disse.

"A polícia serve para proteger o povo, e o Governo para servir o povo. Quando a polícia não protege mais o povo e o Governo não pensa mais no povo, um Governo desses certamente vai perder a confiança do povo", afirmou.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate