O CEO da empresa tecnológica Atos, Thierry Breton, é o novo nome proposto pelo Governo francês para comissário europeu, depois de a primeira escolha, Sylvie Goulard, ter sido chumbada. A informação foi avançada ao início da manhã desta quinta-feira.
Breton foi ministro das Finanças entre 2005 e 2007, os últimos dois anos de Jacques Chirac como Presidente do país, e está à frente da Atos desde 2009.
“É um homem de ação, que conhece as questões industriais de trás para a frente e que, embora saiba como são as instituições de Bruxelas, não terá uma abordagem burocrática às questões europeias, o que é importante para o Presidente”, revelou uma fonte do Eliseu, citada pelas agências de notícias.
Breton apoiou Emmanuel Macron durante a campanha presidencial de 2017, antes mesmo da primeira volta das eleições.
Sylvie “não está apta para o cargo”
No início do mês, os eurodeputados chumbaram o nome inicialmente avançado por Macron, declarando – com 82 votos contra, 29 a favor e uma abstenção – que Sylvie Goulard “não está apta para o cargo”. O parecer negativo dos eurodeputados prendeu-se com a recusa de Goulard em apresentar a demissão do cargo de comissária, caso fosse acusada no processo dos empregos fictícios de assistentes do seu partido, o Movimento Democrático (MoDem), no Parlamento Europeu (PE). Este caso já tinha levado à sua demissão do Governo francês em junho de 2017, um mês após ter assumido a pasta da Defesa.
O Presidente francês não gostou do chumbo da sua ex-ministra e apontou o dedo aos conservadores alemães no PE. No entanto, Macron mostra-se agora disposto a deixar para trás o que apelidou de uma “crise política” e procurou garantias de que o novo candidato será aprovado.
Acima de tudo, Macron quer manter a pasta que negociou com a presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: Mercado Interno e Indústria. “A pasta permanecerá inalterada”, sublinhou a fonte do Eliseu.
Chumbos fazem adiar tomada de posse
Goulard foi o terceiro chumbo para o futuro elenco de comissários europeus, depois da rejeição dos nomes apresentados pela Roménia e pela Hungria.
Cada Estado-membro da União Europeia nomeia um candidato a comissário, que depois passa por uma audiência de confirmação no PE.
O presidente do PE, David Sassoli, anunciou que a tomada de posse da nova Comissão poderia ser atrasada. “O Parlamento está empenhado num mecanismo transparente. Penso que talvez já não seja possível respeitar a data de 1 de novembro e iremos para 1 de dezembro", admitiu.
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