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Japão. Imperador Naruhito é entronizado e assume-se como “símbolo do Estado e da unidade do povo”

Japão. Imperador Naruhito é entronizado e assume-se como “símbolo do Estado e da unidade do povo”
STR/Japan Pool/Jiji Press/AFP/Getty Images

Naruhito ascendeu ao Trono do Crisântemo a 1 de maio, um dia depois de o seu pai ter abdicado. Akihito foi o primeiro monarca japonês a renunciar em cerca de dois séculos. “Prometo que agirei conforme a Constituição, desejando sempre a felicidade e a paz no mundo e apoiando as pessoas”, declarou Naruhito no momento da entronização

Japão. Imperador Naruhito é entronizado e assume-se como “símbolo do Estado e da unidade do povo”

Hélder Gomes

Jornalista

O imperador Naruhito proclamou esta terça-feira a sua entronização diante de convidados de mais de 180 países, numa cerimónia carregada de solenidade e tradição, no Palácio Imperial de Tóquio, relata o jornal “The Japan Times”.

“Tendo sucedido ao trono imperial de acordo com a Constituição do Japão e a Lei da Casa Imperial, proclamo agora a minha entronização. Prometo que agirei conforme a Constituição e cumprirei a minha responsabilidade como o símbolo do Estado e da unidade do povo do Japão, desejando sempre a felicidade e a paz no mundo e apoiando as pessoas”, disse.

Vestindo uma túnica laranja, que apenas os imperadores usam e só em ocasiões especiais, Naruhito proferiu aquelas palavras depois de subir ao trono. A imperatriz Masako, trajando um quimono, manteve-se sentada ao lado durante a cerimónia.

No exterior do palácio, debaixo de chuva, várias pessoas agitavam a bandeira nacional e aplaudiram Naruhito quando o imperador entrou de carro, acenando e sorrindo-lhes de janela aberta.

O dia começou com o ato simbólico de ‘comunicar’ a entronização aos seus antepassados num dos três santuários nas dependências do palácio. O gesto foi acompanhado por outros membros da família real e por figuras políticas como o primeiro-ministro, Shinzo Abe.

Rituais com mais de mil anos

Naruhito, de 59 anos, ascendeu ao Trono do Crisântemo, o trono imperial do Japão, a 1 de maio, um dia depois de o seu pai, Akihito, de 85 anos, ter abdicado. Akihito foi o primeiro monarca japonês a renunciar em cerca de dois séculos. A espada e a joia imperiais, que Naruhito herdou em maio como prova da sua ascensão ao trono, foram apresentadas na cerimónia, juntamente com os selos reais.

A cerimónia principal seguiu o estilo das cerimónias de entronização do imperador Akihito, em 1990, e do imperador Hirohito, conhecido postumamente como imperador Showa, em 1928, em Quioto. Os rituais de sucessão da mais antiga monarquia hereditária do mundo têm uma história de mais de um milénio.

No entanto, os críticos lembram que a encenação dos rituais viola a separação constitucional entre Estado e religião do pós-guerra, bem como a soberania do povo. De facto, o imperador declara a sua entronização a partir de um plano mais elevado relativamente, por exemplo, ao primeiro-ministro.

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