"O Ocidente ficou do lado dos terroristas e atacaram-nos todos em conjunto, incluindo os países da NATO e os países da União Europeia. Todos", afirmou Erdogan num discurso em Istambul, na Turquia.
A Turquia, que considera as Unidades de Proteção Popular (YPG) como um grupo terrorista devido à sua ligação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, guerrilha curda ativa em solo turco), lançou, em 9 de outubro, uma ofensiva no nordeste da Síria contra as milícias curdas.
No entanto, as YPG são aliadas dos ocidentais no combate aos jiadistas do Daesh.
A operação militar, suspensa na quinta-feira durante uma frágil trégua negociada entre Ancara e Washington, foi duramente criticada pela comunidade internacional, para desgosto de Erdogan, que exorta a NATO, organização da qual a Turquia faz parte, a mostrar "empatia" entre parceiros.
"Pensei que eram contra o terrorismo, quando é que começaram a estar do lado dos terroristas?", criticou o Presidente turco.
"As YPG tornaram-se um membro da NATO sem que eu fosse avisado", acrescentou com sarcasmo.
Segundo Ankara, a operação militar contra as YPG visa estabelecer uma "zona de segurança" entre a fronteira turca e os territórios controlados pelos combatentes curdos.
Na quinta-feira, Erdogan e o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, chegaram a um acordo para parar a ofensiva durante "120 horas" - até terça-feira à noite - para permitir que as forças curdas se retiram da zona por onde passa o projeto turco de "zona de segurança".
"Grande parte das 120 horas já passou", lembrou hoje Erdogan, acrescentando que a Turquia avisou que a ofensiva seria retomada se as YPG não respeitassem o acordo.
O Presidente turco tem agendada uma visita à Rússia na terça-feira, para se encontrar com o seu homólogo, Vladimir Putin, e discutirem a Síria, assunto sobre o qual os dois líderes têm cooperado estreitamente.
"Vamos discutir a situação na Síria e, se Deus quiser, tomaremos as medidas que forem necessárias", garantiu Erdogan.
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