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Turquia anuncia a detenção de 195 jiadistas que fugiram das prisões curdas

Turquia anuncia a detenção de 195 jiadistas que fugiram das prisões curdas
Anadolu Agency/Getty Images

Recep Tayyip Erdogan, cujo país lançou na semana passada uma nova ofensiva militar no nordeste da Síria, acusou a milícia curda das Unidades de Proteção Popular de “ter deixado em liberdade” 750 combatentes do Daesh

O Presidente da Turquia avançou esta sexta-feira que as forças turcas detiveram 195 alegados membros do grupo extremista Daesh que tinham fugido de centros de detenção controlados por milícias curdas no norte da Síria. Em declarações à comunicação social em Istambul, Recep Tayyip Erdogan, cujo país lançou na semana passada uma nova ofensiva militar no nordeste da Síria, acusou a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG) de "ter deixado em liberdade" 750 combatentes do Daesh.

"Detivemos 195 deles", declarou o líder turco, citado pelo canal de televisão NTV. A milícia curda das YPG, aliada dos ocidentais no combate aos jiadistas no território sírio, é considerada terrorista por Ancara.

Informações divulgadas na semana passada indicaram que várias famílias de jiadistas detidas pelas YPG num centro localizado perto da cidade síria de Tal Abiad tinham conseguido fugir, depois dos elementos curdos que patrulhavam o local terem saído em retirada devido à ofensiva militar turca. Cerca de 12 mil combatentes do designado Estado Islâmico, incluindo entre 2.500 a 3.000 estrangeiros, estão detidos em prisões controladas pelas milícias curdas no nordeste da Síria, segundo dados de fontes curdas.

Ainda nas declarações em Istambul, Erdogan prometeu que a Turquia irá julgar 150 jiadistas de nacionalidade turca, defendendo que os extremistas oriundos da Europa Ocidental devem ser julgados nos respetivos países de origem.

Na passada quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU manifestou, numa breve declaração aprovada por unanimidade, a sua preocupação com "o risco de dispersão" dos 'jihadistas' detidos pelas forças curdas no nordeste da Síria, sem, no entanto, reivindicar o fim da ofensiva turca naquela região.

Lançada a 9 de outubro, a operação militar turca no nordeste sírio traçou como objetivo a criação de uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que atualmente vivem no território turco.

Na quinta-feira, e após um encontro em Ancara, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o chefe de Estado turco anunciavam um acordo de cessar-fogo de cinco dias no nordeste da Síria. A trégua tem como objetivo levar à retirada das forças curdas.

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