Depois de um setembro complicado, no qual foi associado a racismo, Justin Trudeau recebeu na quarta-feira um apoio importante para a corrida à reeleição para o cargo de primeiro-ministro do Canadá. Recorrendo ao Twitter, Barack Obama, o ex-Presidente dos Estados Unidos, declarou o seu apoio a Trudeau.
“Eu senti-me orgulhoso por ter trabalhado como Presidente com Justin Trudeau”, pode ler-se no tweet. “Ele é um líder trabalhador e eficaz que aborda grandes questões como a alteração climática. O mundo precisa da sua liderança progressista agora, e eu espero que os nossos vizinhos do norte o apoiem para outro mandato.”
O setembro de Trudeau foi agitado por uma fotografia nunca antes vista, que ameaçou a popularidade do político canadiano, filho de um ex-primeiro-ministro. Na imagem, o governante aparece pintado de negro junto a quatro mulheres numa festa da escola privada onde dava aulas. A fotografia remonta a 2001, quando tinha 29 anos, e foi publicada a 19 de setembro pela revista “Time”.
Trudeau não demorou muito a reagir à fotografia. “Arrependo-me profundamente. Não devia ter feito isso. Na altura, não pensei que fosse racista mas agora vejo que é”, disse então o atual PM do Canadá e que, na altura da fotografia, era professor na West Point Grey Academy. E acrescentou, aquando do fantasma do cenário de demissão: “Em 2001, quando eu era professor em Vancouver, participei numa gala de final de ano em que o tema eram as noites árabes. Vesti um fato de Aladino e pus maquilhagem. Não o devia ter feito. Lamento muito”.
No dia seguinte surgiu um vídeo, quando o governante estava perto dos 20 anos, com igual maquilhagem na pele. Trudeau não soube precisar quantas vezes o fez: “Receio dar uma resposta definitiva por causa das imagens que surgiram agora e de que não me lembrava".
O apoio de Obama chega a quatro dias das eleições que se adivinham renhidas, numa altura em que os índices de aprovação de Trudeau apresentam valores baixos, a roçar recordes mínimos.
Nos últimos 84 anos, nenhum primeiro-ministro perdeu a reeleição quando estava no poder e contando com a maioria no parlamento, conta a Associated Press. Se Trudeau perder, será o primeiro desde 1935.
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