Os donos da Mossack Fonseca, a empresa de onde saiu toda a informação contida nos Panama Papers vai processar a Netflix por difamação. Jurgen Mossack e Ramon Fonseca, não gostaram do filme “Laundromat: O Escândalo dos Papeís do Panamá”, que em português se pode traduzir para qualquer coisa como “A Lavandaria”. As conotações como fraude, lavagem de dinheiro, esconderijos offshore são óbvias, e a Mossack Fonseca, origem da maior fuga de informação financeira de sempre, não gostou da brincadeira.
O filme é uma comédia, protagonizada por nomes como Meryl Streep, Gary Oldman e Antonio Banderas que interpretam, respectivamente, Mossack e Fonseca e está a ter boas apreciações críticas. A visão muito crítica que o filme faz do dia-a-dia destes advogados é que já não é tão consensual. “Somos pintados como advogados sem qualquer preocupação moral, envolvidos em esquemas de evasão fiscal, lavagem de dinheiro, suborno e outras condutas criminais”, lê-se na queixa que ambos apresentaram a um tribunal dos Estados Unidos.
Os documentos, vistos pelo jornal “The Guardian”, dizem ainda que a projeção do filme em salas de cinema por todo o mundo pode prejudicar a forma como decorre o julgamento de ambos, marcado para breve no Panamá: “É possível que possamos incorrer em novos valores para o estabelecimento de fiança e/ou novas acusações por cada novo crime que um filme de ficção nos imputa”. O facto de o nome do filme ser “Laundromat”, ou “Lavandaria” pode tornar o caso especialmente complicado porque lavagem de dinheiro já é uma pena séria, crime que ambos negam ter cometido.
A empresa de serviços financeiros offshore fechou em março, três anos depois de o escândalo dos Panama Papers ter exposto nas manchetes de centenas de jornais a história financeira de muitos dos seus clientes, muitos deles envolvidos em esquemas de enriquecimento ilegais.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt