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Hong Kong “não está em estado de emergência”, garante chefe do Executivo ao introduzir lei antimáscaras

Carrie Lam, chefe do Executivo de Hong Kong
Carrie Lam, chefe do Executivo de Hong Kong
MOHD RASFAN/AFP/Getty Images

A legislação da era colonial entra em vigor à meia-noite desta sexta-feira numa tentativa de conter os protestos pró-democracia, que duram há quase quatro meses na região administrativa especial chinesa. No início da semana, um jovem de 18 anos foi atingido por uma bala real disparada pela polícia e será acusado criminalmente

Hong Kong “não está em estado de emergência”, garante chefe do Executivo ao introduzir lei antimáscaras

Hélder Gomes

Jornalista

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, invocou esta sexta-feira uma legislação da era colonial para proibir o uso de máscaras nas manifestações. Com esta medida, o Governo da região administrativa especial chinesa espera conter os protestos que duram há quase quatro meses e que se têm tornado mais violentos.

A medida dará mais poderes à polícia para prender manifestantes numa altura em que as forças de segurança são acusadas de agir com impunidade.

“Os protestos estão por todo o território de Hong Kong”, disse Lam numa conferência de imprensa, ladeada por vários ministros, incluindo os titulares das pastas da Segurança e Justiça. “A violência está a destruir Hong Kong. Dada a situação atual, esta é uma decisão necessária”, justificou.

Apesar da aplicação de uma lei de emergência, Lam garante que Hong Kong em si “não está em estado de emergência”.

A proibição de usar máscaras durante os protestos entra em vigor à meia-noite desta sexta-feira.

Jovem atingido pela polícia enfrenta acusação criminal

A diretora para a China da Human Rights Watch, Sophie Richardson, criticou a medida. “As autoridades de Hong Kong deviam trabalhar para criar um ambiente político no qual os manifestantes não sintam a necessidade de usar máscaras – e não proibir as máscaras e agravar as restrições à liberdade de expressão”, disse, citada pelo jornal “The Washington Post”.

Ainda segundo aquele diário, a medida foi adotada por um grupo mais fiel a Pequim no interior do Governo de Lam, que a acusa de ser muito branda com os distúrbios que assolam Hong Kong.

Na terça-feira, o dia em que se assinalaram os 70 anos da fundação da República Popular da China, um agente da polícia disparou uma bala real contra Tsang Chi-kin, um manifestante de 18 anos. Após uma cirurgia, o jovem encontra-se num estado considerado estável. No entanto, as forças de segurança já fizeram saber que será indiciado por duas acusações de agressão a agentes da autoridade.

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