Internacional

Um conjunto de medidas “construtivas e razoáveis”. Plano britânico chegou a Bruxelas

Um conjunto de medidas “construtivas e razoáveis”. Plano britânico chegou a Bruxelas
House of Commons/PA Images/Getty Images

As propostas de Boris Johnson chegaram a Bruxelas e pressupõem que a Irlanda do Norte fará parte integral do território aduaneiro do Reino Unido, não da União Aduaneira da União Europeia, após o final do período de transição. A Irlanda já reagiu ao plano: “É inaceitável”

Um conjunto de medidas “construtivas e razoáveis”. Plano britânico chegou a Bruxelas

Mafalda Ganhão

Jornalista

A proposta é apresentada por Boris Johnson com um alerta - resta “muito pouco tempo” para se chegar a acordo - e já chegou a Bruxelas. Em vários pontos, o primeiro-ministro britânico coloca em cima da mesa um plano alternativo ao backstop que, a ser aceite, retira a Grã-Bretanha, incluindo a Irlanda do Norte, da união aduaneira.

As condições detalhadas incluem respeitar o Acordo de Belfast (também conhecido por Acordo da Sexta-feira Santa); criar na Irlanda uma zona reguladora para todas as ilhas, abrangendo todos os bens, incluindo os do sector agro-alimentar; e aceitar que a Irlanda do Norte fará parte integral do território aduaneiro do Reino Unido, não da União Aduaneira da União Europeia, após o final do período de transição.

A proposta de Johnson estipula ainda que qualquer decisão deve ser aprovada pelos poderes executivo e legislativo da Irlanda do Norte.

Um conjunto de medidas “construtivas e razoáveis”, afirmou Boris Johnson, que na carta enviada ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, inclui numa “nota explicativa” separada as propostas de alteração ao protocolo do Acordo de Saída negociado anteriormente por Bruxelas com Theresa May.

“Ambos os lados precisam agora de avaliar se existe suficiente vontade para ceder e sair das posições existentes para chegarmos a um acordo a tempo. Nós estamos prontos para fazê-lo”, garante o primeiro-ministro britânico.

O governo irlandês já reagiu ao plano enviado para Bruxelas e considera-o “inaceitável".

No discurso de encerramento do congresso anual do partido Conservador, Johnson sublinhou que não há tempo a perder. “Sim, é uma concessão do Reino Unido e espero que os nossos amigos percebam isso e façam concessões do lado deles. Porque, se não conseguirmos um acordo devido ao que é essencialmente uma discussão técnica sobre a natureza exata dos futuros controlos aduaneiros, quando essa tecnologia está a melhorar o tempo todo, então não tenhamos dúvidas sobre qual é a alternativa. A alternativa é uma saída sem acordo. E esse não é o resultado que queremos”, garantiu.

Qualquer acordo com os 27 deve ser submetido novamente à Câmara dos Comuns. Johnson calcula que pode contar com o apoio da maioria dos conservadores, dos deputados sindicalistas noruegueses e de um punhado de trabalhistas que querem deixar para trás o difícil processo do Brexit.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MGanhao@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate