Boris Johnson negou, por três vezes, responder à jornalista da Sky News se teve ou não um caso amoroso com a empresária norte-americana Jennifer Arcuri, uma pergunta relevante à luz do caso da atribuição de fundos públicos à empresa de Arcuri, viabilizados quando Boris Johnson, agora primeiro-ministro birtânico, era presidente da câmara de Londres.
A empresa gerida pela norte-americana recebeu cerca de 126 mil libras (140 mil euros) em dinheiros públicos, e participou em pelo menos três viagens de negócios ao estrangeiro promovidas por Boris Johnson, a quem ela classifica como um dos seus melhores amigos. A investigação é do “Sunday Times” e veio colocar ainda mais pressão sobre Johnson, que já tem, para esta semana, a árdua tarefa de conseguir entregar à UE uma nova solução para a questão da fronteira entre a Irlanda do Norte (parte do Reino Unido) e a República da Irlanda (que é parte da UE).
Ainda assim, das três vezes que teve de responder à pergunta, respondeu sempre com frases que não respondem, de facto, à pergunta. Disse, por exemplo, estar “muito, muito orgulhoso” de tudo o que foi feito durante o seu tempo à frente da câmara de Londres e que “em termos da promoção de Londres como destino, tudo foi feito com completa seriedade”.
Sobre o uso danoso de fundos públicos, Johnson disse não haver qualquer hipótese de que isso tivesse acontecido.
Na mesma entrevista, o primeiro-ministro disse apesar de não querer “qualquer tipo de vistorias na fronteira [entre as irlandas], eles vão ter de existir”. A possibilidade de barreiras físicas entre os dois países, coisa que todos os irlandeses querem evitar a todo o custo, foi mais uma vez afastada por Johnson. O primeiro-ministro quer quebrar com a ideia, apoiada pela sua antecessora, Theresa May, de um “travão temporário” que mantivesse por mais um tempo as duas irlandas ligadas, ou seja, sem qualquer verificação de mercadorias na fronteira. "Não vou negar que esta seja a parte difícil, mas chegamos ao momento da verdade, porque o país precisa ser capaz de governar as suas fronteiras alfandegárias. Se vamos sair da UE então precisamos de saber como administrar a nossa própria política comercial. Precisamos de encontrar a nossa própria forma de fazer isso. Não vou negar que esta seja a parte difícil”, disse à Sky News.
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