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Diálogo com executivo não trava manifestantes em Hong Kong

Diálogo com executivo não trava manifestantes em Hong Kong
Chris McGrath/GETTY IMAGES

Apesar da disponibilidade do executivo de Hong Kong para prosseguir com o diálogo, os manifestantes prometem continuar nas ruas da antiga colónia britânica. A polícia local anunciou, entretanto, que está proibida uma grande manifestação pró-democracia convocada para o Dia Nacional da China

Diálogo com executivo não trava manifestantes em Hong Kong

Liliana Coelho

Jornalista

A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, apelou na quinta-feira à calma dos manifestantes que estão em protesto desde junho após o Governo ter apresentado uma proposta de lei que previa extradições de fugitivos para a China.

Carrie Lam, que prometeu horas antes que “o diálogo iria triunfar sobre o conflito”, acabou por ouvir várias críticas dos elementos da população com os quais se reuniu ontem numa tentativa de resolver a crise política e social resultante dos protestos pró-democracia que se arrastam há quase quatro meses.

A líder do executivo de Hong Kong recusou-se contudo a fazer mais concessões face às reivindicações dos manifestantes, nomeadamente a exigência de um inquérito independente sobre a alegada violência policial contra manifestantes.

“Não estou a negar responsabilidades, mas não vamos recuar mais. Hong Kong necessita de acalmar. Temos mesmo que parar com esta violência. A violação da lei irá resultar em sérias consequências para os responsáveis”, garantiu Carrie Lam.

No final dos encontros com 150 cidadãos previamente selecionados, a chefe do executivo de Hong Kong acabou por ficar retida durante quatro horas no interior do Estádio Rainha Isabel, em Wan Chai, por razões de segurança. Apesar do forte dispositivo policial, as autoridades não conseguiram travar centenas de manifestantes que bloquearam as ruas adjacentes, impedindo a comitiva do Governo de abandonar o local.

Apesar da disponibilidade manifestada pelo executivo de Hong Kong para prosseguir com o diálogo, estão previstos mais protestos nas ruas nas vésperas das celebrações do 70.º aniversário da fundação da República Popular da China, que terão lugar no próximo dia 1 de outubro. A polícia de Hong Kong anunciou, entretanto, que está proibida uma grande manifestação pró-democracia convocada para o Dia Nacional da China.

Desde 9 de junho, mais de 1500 pessoas foram detidas na sequência dos protestos em Hong Kong, quase 40% estudantes.

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