Internacional

Inspetores de segurança da Boeing não eram qualificados, conclui investigação federal

Aparelhos Boeing 737 MAX estacionados no Aeroporto Internacional de Grant County, no estado de Washington
Aparelhos Boeing 737 MAX estacionados no Aeroporto Internacional de Grant County, no estado de Washington
Lindsey Wasson / Reuters

Uma investigação federal ao modelo Max 737 da Boeing apurou que alguns inspetores envolvidos no programa de treino dos pilotos não tinham concluído a sua formação. Este modelo continua em terra desde março, na sequência de dois acidentes na Etiópia e na Indonésia que provocaram 346 mortos

Margarida Mota

Jornalista

A acusação é grave e não poupa a entidade governamental que, nos Estados Unidos, é responsável por todos os aspetos da aviação civil. Segundo investigadores federais, alguns inspetores de segurança envolvidos na definição dos critérios de treino de pilotos dos Boeing 737 Max não eram qualificados.

Sob escrutínio por ter certificado o modelo, a Administração Federal de Aviação (FAA) está a ser acusada de ter enganado o Congresso dos Estados Unidos em relação à competência dos inspetores. A FAA apurou que 16 inspetores não tinham concluído a sua formação e que, desses, 11 não tinham licença de instrutor de voo, mas, no Senado, manteve que nenhum desses funcionários trabalhou concretamente no modelo Max.

O programa de treino dos pilotos é um dos aspetos que a Boeing está a tentar melhorar. A multinacional norte-americana está na reta final de um conjunto de alterações ao modelo com que espera convencer os reguladores em relação à segurança do aparelho e obter a aprovação para que possam novamente levantar voo.

Os Boeing Max estão parados desde março passado, na sequência de dois acidentes mortíferos com aparelhos desse modelo, na Etiópia (157 mortos) e na Indonésia (189).

Esta terça-feira, a Boeing anunciou que vai pagar cerca de 144.500 dólares (131.340 euros) aos herdeiros de cada uma das 346 vítimas mortais, oriundas de 35 países.

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