Agatha Felix, de oito anos, morreu hoje no hospital Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, depois de ter sido baleada nas costas por um tiro disparado por um agente da Unidade Pacificadora da Polícia Militar. Segundo um familiar citado pelo jornal o Dia, a criança foi baleada na noite de sexta-feira quando estava com a mãe no interior de uma carrinha de um familiar. Terá sido atingida por uma bala perdida.
Um comunicado divulgado pela Polícia Militar diz que "equipas policiais da UPP Fazendinha, que estavam baseadas na esquina da Rua Antônio Austragésilo com a Rua Nossa Senhora, foram atacadas de forma simultânea" Os policias reagiram "à agressão" e "após o confronto, não foram encontrados feridos". Mas "os agentes foram informados por populares que um morador teria sido ferido na localidade conhecida como 'Estofador'. e confirmaram que no Hospital Getúlio Vargas deu entrada de uma criança de 8 anos ferida por disparo de arma de fogo" A polícia garante que "irá abrir um procedimento para verificar todas as circunstâncias."
A morte da criança deu origem a uma manifestação pacífica dos moradores que visaram o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witsel, um antigo juiz que defendeu a morte de "bandidos" que "ataquem a polícia".
Anton Felix, avô da criança disse ao Dia que a polícia "matou uma inocente, uma garota inteligente, estudiosa, obediente, de futuro" . E revoltou-se: "Cadê o policiais que fizeram isso? A voz deles é a arma. Não é a família do governador ou do prefeito ou dos policiais que estão chorando, é a minha. Amanhã eles vão pedir desculpas, mas isso não vai trazer minha neta de volta."
Segundo a Gazeta Online, nos primeiros seis meses deste ano, a polícia matou 31 pessoas no Complexo do Alemão. Em todo o ano passado, foram 23.
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