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“Amazónia fica, Bolsonaro sai”. Milhares de pessoas enchem várias cidades do Brasil em protesto contra incêndios

Maitê Proença, Sônia Braga e Caetano Veloso
Maitê Proença, Sônia Braga e Caetano Veloso
MAURO PIMENTEL/AFP/Getty Images

Caetano Veloso cantou “Podres Poderes” durante manifestação no Rio de Janeiro e afirmou estar a defender “a causa do meio ambiente contra as decisões e as coisas que são ditas pelo Governo”. O protesto juntou também as atrizes Maitê Proença e Sônia Braga, entre outras personalidades, incluindo dirigentes políticos e até uma procuradora da Lava Jato

“Amazónia fica, Bolsonaro sai”. Milhares de pessoas enchem várias cidades do Brasil em protesto contra incêndios

Hélder Gomes

Jornalista

Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Rio Claro, Piracicaba. Foram várias as cidades brasileiras que este fim de semana se encheram de pessoas em protesto contra os incêndios na Amazónia. “Estamos defendendo a causa do meio ambiente contra as decisões e as coisas que são ditas pelo Governo incumbente hoje”, referiu o compositor Caetano Veloso, um dos notáveis presentes na manifestação deste domingo no Rio.

Para o músico, a repercussão internacional que o caso assumiu na última semana “é importante para que os dirigentes tomem consciência”. A TV Globo diz que Caetano cantou “Podres Poderes” durante a ação de protesto.

A manifestação, organizada pelo movimento “342 Amazônia”, juntou também as atrizes Maitê Proença e Sônia Braga, entre outras personalidades, incluindo dirigentes políticos. A organização estima em cerca de 15 mil as pessoas reunidas, conta a “Folha de S. Paulo”.

Para Bolsonaro, “se tem ambiente, não tem desenvolvimento”

O protesto durou mais de três horas, tendo percorrido as praias de Ipanema e do Leblon, reduto de apoiantes do Presidente Jair Bolsonaro no Rio, mas não houve incidentes, escreve o jornal.

“O Governo Bolsonaro tem uma visão atrasada sobre o papel do meio ambiente em relação ao desenvolvimento económico. Para ele, se tem ambiente, não tem desenvolvimento”, criticou o deputado federal Alessandro Molon, do Partido Socialista Brasileiro. O representante, que propôs ao presidente da Câmara dos Deputados a discussão do tema a 5 de setembro (Dia da Amazónia), pede ainda a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a “devastação da floresta”. “Não só as queimadas mas também o desmatamento e o garimpo ilegal”, precisou.

No início do protesto, um insuflável gigante do antigo Presidente Lula da Sila, com a inscrição “Lula Livre”, foi erguido, o que gerou polémica entre alguns manifestantes que não queriam misturar ambiente e política, relata ainda a “Folha”.

Procuradora da Lava Jato também marca presença

Entre palavras de ordem como “Amazónia fica, Bolsonaro sai”, alguns manifestantes exigiram igualmente a demissão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Também participaram no protesto do Rio o cantor Criolo, os atores Mateus Solano e Renato Góes, os deputados David Miranda e Marcelo Freixo (ambos do PSOL, Partido Socialismo e Liberdade) e o jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site “The Intercept”, que tem revelado informações comprometedoras para o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores da Operação Lava Jato.

A procuradora Fabiana Schneider, que faz parte da maior operação de combate à corrupção na história brasileira, marcou presença no protesto.

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