Sabia que a viagem Porto-Roma em 1ª classe provoca a perda de 2,4 metros quadrados de gelo no Ártico? E é só na ida

Prepara-se para embarcar num voo com destino a Helsínquia a partir de Lisboa em primeira classe? Então, saiba que a sua viagem resultará na perda de 5,4 metros quadrados de gelo ártico só na ida.

O site shameplane.com faz o cálculo do custo ambiental, por pessoa, em área de gelo do Oceano Ártico que se derrete nas viagens de avião.

Se partir do Porto em direção a Nova Iorque, a viagem em classe económica de ida e volta provocará a perda de 6,3 metros quadrados de gelo. Em executiva, a fatura ambiental será de 8,4 metros quadrados e, em primeira classe, de 16,2. Um estudo do Banco Mundial confirma que as viagens em primeira classe são mais lesivas para o ambiente porque, entre outros fatores, os passageiros tendem a transportar mais bagagem consigo e o espaço extra de que beneficiam significa que as companhias aéreas gastam mais combustível a transportá-los. Esse espaço é comparativamente mais rentabilizado nas classes económica e executiva.

Victor Muller, cocriador do Shame Plane, explicou à agência de notícias Reuters que a página explora o conceito sueco de “flygskam” mas que, apesar do nome, ele nunca quis envergonhar ninguém. “Era apenas para mim”, diz Muller, de 35 anos, que vive na capital da Suécia, Estocolmo.

De resto, o site não se limita a calcular o custo ambiental das viagens de avião, também sugere formas de baixar a fatura através da adoção de práticas amigas do ambiente, como reciclar, consumir apenas comida local e viver sem carro.

Ainda esta quinta-feira, o jornal “The Independent” escrevia que, todos os anos, o Ártico perde uma área de gelo maior do que a Escócia.