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Trump impõe embargo económico à Venezuela “à luz da contínua usurpação de poder” por Maduro

Trump impõe embargo económico à Venezuela “à luz da contínua usurpação de poder” por Maduro
SAUL LOEB/AFP/Getty Images

Trata-se da ação mais determinada de Washington para destituir Maduro desde que a Administração reconheceu Juan Guaidó como líder legítimo da Venezuela. São permitidas exceções para a entrega de comida, medicamentos e vestuário. A Venezuela fica assim a par de outros adversários económicos dos EUA como Coreia do Norte, Cuba, Irão e Síria

Trump impõe embargo económico à Venezuela “à luz da contínua usurpação de poder” por Maduro

Hélder Gomes

Jornalista

O Presidente dos EUA, Donald Trump, assinou esta segunda-feira uma ordem executiva que impõe um embargo económico à Venezuela. A significativa escalada de tensões com o seu homólogo, Nicolás Maduro, coloca o país sul-americano a par de outros adversários económicos como Coreia do Norte, Cuba, Irão e Síria.

A ordem congela todos os ativos do Governo venezuelano nos Estados Unidos e proíbe transações com as autoridades de Caracas, “à luz da contínua usurpação de poder pelo regime ilegítimo de Maduro, assim como dos abusos dos direitos humanos, prisão e detenção arbitrárias de cidadãos venezuelanos, restrição da imprensa livre e tentativas em curso para debilitar o Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e a Assembleia Nacional Venezuelana democraticamente eleita”.

Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), trata-se da ação mais determinada de Washington para retirar Maduro do poder desde que a Administração Trump reconheceu o líder da oposição, Juan Guaidó, como líder legítimo da Venezuela em janeiro.

Fantoches de Cuba ou dos EUA

“No seu papel como único ramo legítimo do Governo devidamente eleito pelo povo venezuelano, a Assembleia Nacional invocou a Constituição do país para declarar Nicolás Maduro ilegítimo e o cargo da presidência, por consequência, vago. O povo da Venezuela manifestou-se corajosamente contra Maduro e o seu regime e exigiu liberdade e Estado de Direito”, disse Trump no comunicado em que reconheceu Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Mais tarde, Trump viria a dizer que “Maduro não é um patriota venezuelano, é um fantoche de Cuba”, uma acusação que encontra eco na oposição a Guaidó, que o considera um fantoche dos EUA.

Exceções ao embargo e “um dia produtivo em Lima”

São permitidas exceções ao embargo para a entrega de comida, medicamentos e vestuário, sendo que as transações com o ainda considerável sector privado venezuelano também não parecem ser afetadas, nota a AP.

As sanções anteriores visaram dezenas de membros do Governo e a indústria petrolífera da Venezuela, fonte de quase todas as suas receitas de exportação.

Na segunda-feira, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, deixou um alerta à China e à Rússia por continuarem a apoiar Maduro. Esta terça-feira, Bolton e o Secretário do Comércio, Wilbur Ross, representam os Estados Unidos na Conferência Internacional para a Democracia na Venezuela. O evento acolhe representantes dos mais de 50 países que reconhecem Guaidó como Presidente da Venezuela e consideram que a reeleição de Maduro no ano passado foi fraudulenta.

Momentos após o anúncio da ordem executiva, Bolton escreveu no Twitter que aguarda com expectativa “um dia produtivo em Lima, no Peru”. Na conferência, o conselheiro norte-americano espera manter “conversações com homólogos regionais para discutir a segurança, democracia e prosperidade no hemisfério”.

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