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Diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial do Brasil exonerado por mostrar foto de desflorestação da Amazónia

Diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial do Brasil exonerado por mostrar foto de desflorestação da Amazónia
ADRIANO MACHADO/ Reuters

Jair Bolsonaro tem defendido que a floresta seja cada vez mais utilizada para fins económicos

Diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial do Brasil exonerado por mostrar foto de desflorestação da Amazónia

Ana França

Jornalista da secção Internacional

O diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) do Brasil foi afastado do cargo depois de ter publicado uma imagem de satélite onde se vê uma parte da floresta da Amazónia sem árvores, cinzenta, aparentemente queimada. Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil, apelidou a fotografia “uma mentira”. O diretor do INPE, Ricardo Galvão, criticou a posição de Bolsonaro e voltou a utilizar a oportunidade para chamar a atenção para a acelerada desflorestação, coisa que o Presidente defende por motivos de necessidade económica.

Bolsonaro não gostou das críticas e pediu ao seu ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que demitisse o cientista. “A maneira como me expressei em relação ao Presidente causou um constrangimento insustentável”, disse Galvão ao jornal Folha de S. Paulo.

A desflorestação daquela que é a maior floresta tropical do mundo está a atingir níveis preocupantes. Uma rápida consulta precisamente à página do instituto dirigido até hoje por Galvão mostra que, no mês de maio, perderam-se 739 quilómetros quadrados de mato por minuto - mais ou menos dois campos de futebol. Já em junho, o corte de arvoredo cresceu 88% em comparação com o ano anterior. A primeira quinzena de julho mostra uma subida 68% em relação a 2018.

“Demitir o diretor do INPE é apenas um ato de vingança contra alguém que mostrou a verdade”, disse o coordenador de políticas públicas da organização não-governamental Greenpeace Brasil, Márcio Astrini, num comunicado citado pela imprensa brasileira.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

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