Alguns dos nomes que constam da lista de membros do novo Governo britânico não suscitam questões, até porque já se esperava que ali aparecessem, mas outros sim, como o do irmão de Boris Johnson, Jo, que vai desempenhar o cargo de secretário de Estado da Economia, Energia e Indústria.
A composição do governo de Boris Johnson, eleito primeiro-ministro pelos conservadores, já era em parte conhecida mas só esta quinta-feira foi divulgada a lista completa dos novos membros. Jeremy Hunt, como já tinham antecipado os jornais britânico, abandona o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, sendo substituído por Dominic Raab, que foi ministro do Brexit e vai acrescentar àquela pasta a de Primeiro Secretário de Estado; Sajid Javid, que era ministro da Administração Interna, assume o cargo de ministro das Finanças, e Priti Papel, da ala dura do partido, eurocética e cujo nomeação já era dada como praticamente certa, fica com a pasta da Administração Interna.
Michael Gove, que era ministro do Ambiente no anterior Governo e assumidamente eurocético, foi confirmado como chanceler do ducado de Lancester (na prática, será o n.º 2 do novo primeiro-ministro), Stephen Barclay mantém-se como ministro do Brexit (é um dos poucos que transitam do anterior governo liderado por Theresa May), Andrea Leadsom, eurocética, fica com a pasta da economia, e Theresa Villiers, com posições políticas semelhantes, com a do Ambiente. Alister Jack, outro eurocético, foi nomeado para o cargo de ministro da Escócia.
Além de Stephen Barclay, transita do governo de Theresa May Elizabeth Truss (era secretária de Estado do tesouro e assume agora funções como ministra do Comércio Internacional).
“Carnificina”, “massacre”, “limpeza histórica”
Os cargos mais importantes Boris Johnson atribui-os a conversadores eurocéticos, e esse tem sido o aspecto mais destacado, e também mais criticado por alguns. Sobre a saída de vários membros do anterior governo (11 no total), o “The Times” disse tratar-se de uma “carnificina” e “o mais brutal purgatório do governo na história política moderna”. O “Daily Telegraph” usou termos semelhantes, considerando a remodelação um “massacre político”, o “Daily Mail” responsabilizou Johnson por um “banho de sangue”, o “Daily Express” falou em “limpeza histórica” e o “The Guardian” em “limpeza impiedosa”.
Boris Johnson prepara-se para discursar na Câmara dos Comuns — o discurso está marcado para as 11h30 desta sexta-feira.
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