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Trump diz que tentou parar os cânticos “mandem-na embora!”. Há um vídeo que mostra que não foi bem assim

Trump diz que tentou parar os cânticos “mandem-na embora!”. Há um vídeo que mostra que não foi bem assim
Alex Wong/GETTY IMAGES

Os republicanos estão secretamente a tentar que a Casa Branca se distancie de algumas alas mais radicais do partido mas Trump, em comício na Carolina do Norte, não pareceu muito incomodado com os cânticos dos seus apoiantes, que pediam em uníssono que Ilhan Omar, uma congressista de origem somali, fosse enviada de volta ao seu país

Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, disse esta quinta-feira que não aprova os cânticos de “Mandem-na embora! Mandem-na embora!” entoados pela assistência do seu comício na Carolina do Norte, na quarta-feira à noite. Esta frase é simplesmente uma versão de uma frase que o próprio Trump escreveu no Twitter, insinuando que as congressistas democratas que criticam a sua política de imigração, e cujos familiares chegaram aos Estados Unidos como imigrantes ou refugiados, deviam regressar aos seus países de origem, “infestados de crime”. O ataque foi particularmente dirigido a Ihan Omar, originalmente da Somália, que se manifesta frequentemente - e, por vezes, de forma igualmente considerada extremista - contra as ações de Israel na Palestina, entre outras coisas que Trump utilizada para a criticar por falta de patriotismo

Apesar desta sua frase, Trump disse esta quinta-feira não estar “feliz” com o sucedido e acrescentou que tentou fazer o cântico parar. “Acho que tentei. Comecei logo a falar muito rápido”, respondeu Trump aos repórteres na Casa Branca. O problema é que o vídeo do comício mostra precisamente o contrário: um Trump totalmente silencioso, a olhar para os quatro cantos da sala que grita em uníssono. “Não estou feliz com aquilo, discordo do que foi feito”, insistiu.

Segundo o “New York Times”, esta pode ser a resposta possível de Trump aos pedidos de alguns republicanos, que têm tentado afastar a Casa Branca deste tipo de “exageros ideológicos”, mesmo que publicamente não critiquem o Presidente. Alguns, contra a corrente, escolheram fazê-lo como foi o caso de Kevin McCarthy, da Califórnia: “Não há lugar neste país para esse tipo de palavras de ordem”, disse aos jornalistas. Num comentário quase exatamente igual, Tom Emmer of Minnesota, disse que “não há lugar para esse tipo de conversa”. É uma luta que tem vindo a ganhar algum espaço no já grande conflito ideológico que está a afetar os republicanos - e, à esquerda, também os democratas - antes do lançamento em força da campanha para 2020.

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