Internacional

Mais de 20 embaixadores na ONU enviam carta de condenação de atuação chinesa sobre uigures e outras minorias

Mais de 20 embaixadores na ONU enviam carta de condenação de atuação chinesa sobre uigures e outras minorias
Kevin Frayer/Getty Images

A missiva mostra preocupação com “relatos credíveis de detenções arbitrárias, assim como vigilância e restrições generalizadas” e exorta Pequim a permitir a “liberdade de movimentos dos uigures e de outras comunidades minoritárias em Xinjiang”. No entanto, a China deverá ter o apoio suficiente para chumbar uma resolução formal no Conselho de Direitos Humanos

Mais de 20 embaixadores na ONU enviam carta de condenação de atuação chinesa sobre uigures e outras minorias

Hélder Gomes

Jornalista

Os embaixadores de 22 países nas Nações Unidas enviaram uma carta a altos funcionários dos direitos humanos da organização, condenando a forma como a China tem tratado os uigures, predominantemente muçulmanos, e outras minorias na região ocidental de Xinjiang, revela a agência de notícias France-Presse (AFP).

A missiva, divulgada esta quarta-feira e assinada por embaixadores de países como Austrália, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha e Japão, está endereçada ao presidente do Conselho de Direitos Humanos, Coly Seck, e à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

Nos últimos tempos, têm-se acumulado relatos de que cerca de um milhão de pessoas, principalmente da etnia uigure, estão detidas em campos de internamento em Xinjiang. Grupos de defesa dos direitos humanos e antigos detidos descrevem-nos mesmo como “campos de concentração”, onde os detidos são obrigados a assimilar a cultura han, maioritária na China.

Pequim fala em “centros de educação vocacional”

A carta dos embaixadores expressa preocupação com “relatos credíveis de detenções arbitrárias, assim como vigilância e restrições generalizadas” e exorta Pequim a permitir a “liberdade de movimentos dos uigures e de outras comunidades muçulmanas e minoritárias em Xinjiang”.

Os signatários solicitam que a carta se torne um documento oficial do Conselho de Direitos Humanos, que encerra a sua 41.ª sessão em Genebra esta sexta-feira.

A AFP lembra que os diplomatas raramente enviam cartas abertas ao conselho de 47 membros a criticar a atuação de um país. No entanto, a China deverá ter o apoio suficiente para chumbar uma resolução formal.

As autoridades de Pequim descrevem os campos como “centros de educação vocacional” onde os uigures recebem orientação profissional, justificando a necessidade dos campos para afastar as pessoas do extremismo religioso, terrorismo e separatismo.

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