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Verdes tiveram “encontro muito agradável” mas inconclusivo com Von der Leyen

Verdes tiveram “encontro muito agradável” mas inconclusivo com Von der Leyen
Anadolu Agency/Getty Images

No final da reunião com Ursula von der Leyen, a copresidente da bancada dos Verdes, a também alemã Ska Keller, disse que, apesar de o encontro ter corrido muito bem, tal não significa que o grupo vote a favor da eleição da atual ministra da Defesa alemã para presidente da Comissão Euro+eia

Os líderes do grupo dos Verdes no Parlamento Europeu reuniram-se esta segunda-feira, em Bruxelas, com a presidente indigitada da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comentando no final que o encontro foi "muito agradável", mas ainda inconclusivo.

No final da reunião com Ursula von der Leyen, a copresidente da bancada dos Verdes, a também alemã Ska Keller -- que foi a "candidata principal" apresentada pela sua família política à presidência da Comissão Europeia no quadro das eleições europeias de maio passado --, disse que, apesar de o encontro ter corrido muito bem, tal não significa que o grupo (atualmente o quarto maior da assembleia, com 75 eurodeputados), vote a favor da eleição da atual ministra da Defesa alemã, numa eleição agendada para a próxima semana, em Estrasburgo.

Insistindo que os Verdes estão "muito desiludidos" por o Conselho Europeu ter decidido "ignorar o sistema do «candidato principal»", ou 'Spitzenkandidat', e por não terem sido envolvidos nas negociações, dado não terem qualquer chefe de Estado e/ou de Governo entre os 28, Ska Keller garantiu que o grupo ainda não decidiu o seu sentido de voto, o que só fará depois de Von der Leyen apresentar o seu programa, que "ainda não teve tempo de elaborar".

"Deixámos claro que a queda do modelo do 'spitzenkandidat' é um obstáculo, é um grande problema, pois é um retrocesso a nível de democracia, e que para nós é muito importante que seja apresentado um programa que constitua uma verdadeira mudança", em domínios como o combate às alterações climáticas e resgate de migrantes no mar, apontou.

Ska Keller indicou que as conversações vão prosseguir, tendo os Verdes - grupo que inclui um deputado português, Francisco Guerreiro, do PAN - convidado o presidente indigitada da Comissão para participar na próxima reunião do grupo, ainda sem data marcada.

Com data já marcada está a votação do nome proposto na semana passada pelo Conselho para presidir à Comissão Europeia nos próximos cinco anos: o Parlamento Europeu deverá pronunciar-se sobre o nome de Ursula von der Leyen em 16 de julho, por ocasião da sua segunda sessão da nova legislatura.

Para ser eleita, Von der Leyen necessita de uma maioria absoluta no Parlamento (metade dos eurodeputados mais um), e para tal não precisa imperiosamente do voto favorável dos Verdes, 'bastando-lhe' os apoio das bancadas das três principais famílias políticas -- Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas e Democratas (S&D), e o Renovar a Europa (liberais, ex-ALDE) --, aquelas que estão representadas no Conselho Europeu, que chegou finalmente a um compromisso na semana passada sobre a distribuição dos cargos de topo da UE.

O PPE, maior família política europeia, já anunciou que votará a favor de Ursula von der Leyen, embora criticando o processo que levou à sua escolha, enquanto socialistas e liberais fazem depender o seu voto do programa que a presidente indigitada apresentar.

Ursula von der Leyen vai reunir-se com a conferência de presidentes do Parlamento Europeu (que inclui o presidente da assembleia e os líderes parlamentares de todas as bancadas) na próxima quarta-feira, em Bruxelas.

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