Internacional

Sheik do Dubai vai processar uma das suas mulheres, a princesa Haya, depois de ela ter fugido para Londres por receio pela própria vida

A Princesa Haya Bint al-Hussein, mulher do líder do Dubai, Sheikh Mohammed Al Maktoum com ele num evento no Reino Unido
A Princesa Haya Bint al-Hussein, mulher do líder do Dubai, Sheikh Mohammed Al Maktoum com ele num evento no Reino Unido
Dave M. Benett/Getty

Fontes próximas da princesa Haya, que está neste momento em Londres, dizem que ela tem medo do que lhe possa acontecer se voltar para o Dubai. Uma das filhas do sheik também tentou fugir no ano passado

O sheik Mohammed bin Rashid Al Maktoum, líder do Dubai, vai processar uma das suas mulheres, a princesa Haya bint al-Hussein, por esta ter saído do reino sem o seu consentimento. A história está em toda a imprensa britânica e, alegadamente, a princesa fugiu porque era mal tratada e temia pela sua vida. O ano passado, uma das filhas do mesmo sheik, Latifa bint Mohammed Al Maktoum, tentou escapar do Dubai dizendo que tinha sido presa e torturada.

A princesa Haya é uma figura da realeza internacional, nascida na Jordânia, meia-irmã do rei, educada em Oxford, muito próxima do herdeiro ao trono britânico, o príncipe Carlos, e da sua mulher, Camila, Duquesa da Cornualha. A CNN confirmou que o caso vai mesmo ser ouvido no Tribunal Superior do Reino Unido nos próximos dias 30 e 31 de julho.

O sheik pode ver-se envolvido em mais detalhes do que aqueles que deseja partilhar com o tribunal já que a princesa fugiu para Londres com os seus dois filhos e o caso de Latifa, filha não da princesa Haya mas de outra das mulheres do sheik, vai surgir, quase de certeza, como linha de interrogatório à forma como o sheik trata os seus familiares. O “The Telegraph” escreve que a princesa Haya, de 45 anos, escapou depois de terem chegado ao seu conhecimento detalhes sobre o misterioso regresso de Latifa ao Dubai. Em fevereiro de 2018, a jovem tentou escapar de barco do Dubai, dizendo-se prisioneira do regime. Um grupo de homens interceptou-a perto da costa indiana e a última vez que foi vista foi num vídeo divulgado pelos próprios negócios estrangeiros do reino.

Os vídeos mostram Latifa ao lado da Comissária para os Direitos Humanos e ex-presidente da Irlanda Mary Robinson que visitou o país a pedido da família real, de acordo com a missão dos Emirados Árabes Unidos na ONU. “Estas provas respondem às falsas alegações que têm sido feitas sobre a princesa e comprovam que ela está viva e a viver com a sua família no Dubai”.

Tal como a princesa Haya, também o sheik Mohammed, 69 anos, é próximo da rainha. Na quarta-feira, na sua conta no Instagram apareceu um poema que falava furiosamente de uma mulher “traidora e desleal”.

À BBC, fontes próximas da princesa evadida dizem que a sua intenção é a de pedir asilo no Reino Unido. De início uma leal defensora da reputação do Dubai na questão da fuga de Latifa, a mesma fonte diz que a princesa escapou depois de entender que a família do sheik nunca a iria deixar em paz com a nova informação que detinha sobre as reais razões que fizeram Latifa voltar. Essas razões não são conhecidas da comunicação social.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate