Internacional

ACNUR diz que caso de pai e filha afogados mostra ineficiência da resposta dos países

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi
Michele Tantussi/GETTY IMAGES

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados diz que “a morte de Oscar e de Valeria simboliza o fracasso em resolver a violência e o desespero que empurra as pessoas a iniciarem viagens perigosas à procura de segurança e de dignidade”

A ONU expressou esta quarta-feira a sua consternação perante a fotografia de um pai e da sua filha que morreram afogados num rio na fronteira México-Estados Unidos, afirmando que mostra a ineficiência da resposta dos países às questões migratórias.

"Embora os detalhes permaneçam incertos, o que está claro é que as circunstâncias que levaram a esta tragédia são inaceitáveis", afirmou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) num comunicado.

A fotografia reproduzida por vários media internacionais, mostra os cadáveres de Oscar Martinez Ramirez, um cozinheiro de 25 anos de El Salvador, e da sua filha Valeria de 23 meses, posicionados de barriga para baixo a flutuar na margem do rio Bravo (ou rio Grande na terminologia norte-americana).

Os dois morreram afogados quando tentavam atravessar clandestinamente a fronteira mexicana e entrar nos Estados Unidos.

O Alto Comissário para os Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que "a morte de Oscar e de Valeria simboliza o fracasso em resolver a violência e o desespero que empurra as pessoas a iniciarem viagens perigosas à procura de segurança e de dignidade".

A agência da ONU liderada por Grandi pede frequentemente aos Governos que consigam acordos para estabelecer vias migratórias seguras que permitam às pessoas procurar proteção.

O ACNUR recordou que esta fotografia surge menos de quatro anos depois de o mundo também ter visto, através dos media , a imagem do cadáver de Alan Kurdi, o menino sírio cujo corpo foi encontrado numa praia turca em 2015.

"Novamente somos confrontados com a evidência visual de que as pessoas estão a morrer nas suas jornadas para cruzar fronteiras", disse ainda a agência da ONU, cuja missão é prestar assistência às vítimas de deslocamentos forçados no mundo.

Em 2018, em todo o mundo, 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar ou impedidas de regressar às respetivas casas, o número mais alto de sempre.

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