Rússia avisa EUA para consequências do uso da força contra o Irão

Vladimir Putin comentou o caso do drone americano abatido pela força aérea iraniana
Vladimir Putin comentou o caso do drone americano abatido pela força aérea iraniana
Lusa
O Presidente russo, Vladimir Putin, comentou esta quinta-feira o caso do drone americano abatido pela força aérea iraniana, avisando os Estados Unidos para as consequências do uso da força contra o Irão. Na habitual sessão televisiva anual, em que responde a perguntas do público em direto, Putin disse que uma intervenção militar dos EUA contra o Irão desencadearia uma escalada nas hostilidades, com resultados imprevisíveis. Para Putin, tal significaria, “no mínimo, uma catástrofe para a região.”
O Presidente russo destacou ainda que o Irão aguentou os termos do acordo nuclear, apesar da retirada unilateral dos Estados Unidos, considerando que as sanções americanas contra Teerão são infundadas. Na já referida sessão televisiva, o Presidente russo disse estar disponível para se reunir com Donald Trump, ainda que frisando não acreditar num aliviar da tensão entre Moscovo e Washington. Trump já disse que se reunirá com Putin à margem do encontro do G-20 em Osaca, Japão, na próxima semana, mas ainda não pediu formalmente um encontro.
Estes comentários surgem a propósito do caso do pequeno avião não tripulado da Marinha americana que foi abatido pela força aérea iraniana, sobre o qual, num comentário curto, feito, como habitualmente, na rede social Twitter, o Presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu: “O Irão cometeu um enorme erro!”.
Segundo um comunicado do Pentágono, o drone foi abatido quando se encontrava em “espaço aéreo internacional, sobre o estreito de Ormuz”. Washington considera que a reação do Irão foi “injustificada”, já que “as informações iranianas segundo as quais o engenho aéreo sobrevoava o Irão são falsas.”
Já o Irão, através da Press TV, canal de informação em inglês da televisão estatal nacional, foi o primeiro a informar que o drone “foi abatido pela força aérea”, alegando violação do espaço aéreo, na província costeira de Hormozgan, no Sul do país. O comandante dos Guardas da Revolução, general Qassem Soleimani, disse que o Irão “não tem qualquer intenção”de entrar em conflito com outra nação do mundo, mas garantiu que o país “está pronto para a guerra”.
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