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União Africana suspende Sudão após escalada de violência

União Africana suspende Sudão após escalada de violência
GETTY IMAGES

Suspensão do país da União Africana vigora até ao estabelecimento efetivo de uma Autoridade Civil de Transição, anuncia o organismo

União Africana suspende Sudão após escalada de violência

Liliana Coelho

Jornalista

A violência registada no Sudão – que já matou mais de uma centena de pessoas desde o início da semana –, levou o país a ser suspenso da União Africana (UA). O anúncio foi feito esta quinta-feira pela organização na sequência de uma reunião de emergência em Addis Ababa (Etiópia) para debater a escalada de tensão no Sudão.

A UA condenou veementemente, em comunicado, a “perda de vidas inocentes” e apelou às forças de segurança sudanesas para garantirem a “proteção dos civis e o respeito pelos Direitos Humanos”.

“O Conselho de Paz e Segurança da União Africana suspende, com efeitos imediatos, a participação da República do Sudão em todas as atividades da organização até ao estabelecimento efetivo de uma Autoridade Civil de Transição, como a única forma de permitir a saída do país da atual crise”, acrescenta a UA.

Em causa está a repressão contra manifestantes pró-democracia em Cartum que desde segunda-feira conduziu à morte de 120 pessoas, segundo a oposição, embora o Governo refira apenas 61 vítimas.

Os líderes do movimento de oposição recusaram na quarta-feira negociar com os generais no poder, aumentando o clima de incerteza no país depois de o regime de Omar al-Bashir ter sido derrubado há dois meses pelos militares. O maior receio é que o clima de instabilidade conduza a uma guerra civil, agravando a situação do país.

Esta quinta-feira, o Departamento de Estado dos EUA apelou ao fim da violência no Sudão, sobretudo maior contenção por parte das forças de segurança, desejando ainda que um executivo de transição possa promover “eleições numa data adequada.”

Também o Governo português, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, condenou o “uso injustificado” de força contra “manifestantes pacíficos” no Sudão. “O Governo português associa-se aos comunicados da UA e da UE, assinalando a necessidade de um consenso negocial que permita a assunção do poder por elementos civis”, afirma o MNE em comunicado.

As Nações Unidas (ONU) anunciaram na quarta-feira a retirada de funcionários não essenciais do Sudão, sobretudo da área humanitária, face ao aumento da violência no país.

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