Internacional

Restos mortais de Jonas Savimbi não vão passar pela sua aldeia natal

Apoiantes da UNITA aguardam junto à Casa Branca, morada de Jonas Savimbi
Apoiantes da UNITA aguardam junto à Casa Branca, morada de Jonas Savimbi
AMPE ROGERIO / EPA

Alteração do calendário que culminaria com a inumação dos restos mortais de Jonas Savimbi fez estalar a polémica entre a UNITA e o Governo angolano

Restos mortais de Jonas Savimbi não vão passar pela sua aldeia natal

Cristina Peres

Jornalista de Internacional

A UNITA acusa Governo de falta de diálogo e o Governo angolano riposta acusando a UNITA de criar factos políticos a partir da entrega dos restos mortais de Jonas Savimbi para a sua inumação (enterro final).

A polémica estalou no domingo à noite, dia 26, quando a direção da UNITA e os familiares do fundador do partido foram confrontados com a alteração do programa que tinham acordado em comissão mista, juntamente com representantes do Governo, chefiados pelo ministro de Estado e chefe da casa da segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, e familiares.

Um longo processo negociado desde outubro de 2018, a partir do que foi chamado "gesto de boa vontade" do Presidente João Lourenço para entregar à família os restos mortais do fundador da UNITA, Jonas Savimbi, teria culminado num funeral no sábado 1 de junho, conforme acordado. Não tivessem as autoridades governamentais alterado o programa, impossibilitando o cortejo por terra, "bem como a passagem da urna pela morada do Dr. Savimbi, conforme nosso costume africano", como contou ao Expresso a partir do Bié o presidente da UNITA, Isaías Samakuva.

A urna foi transportada por helicóptero governamental para o Andulo, onde, segundo declarou Pedro Sebastião, aguarda os familiares de Jonas Savimbi.

Os restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi, exumado a 31 de janeiro, deveriam ter o seu enterro definitivo no sábado de 1 de junho. Porém, a pressão do Governo para que a urna seja rapidamente retirada do quartel no Andulo onde foi entregue não permite cumprir o calendário anteriormente estabelecido.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CPeres@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate