Internacional

Novo aeroporto em Machu Picchu gera onda de contestação

Novo aeroporto em Machu Picchu gera onda de contestação
Frédéric Soltan/Getty

O movimento de aviões e o ainda maior afluxo turístico daí decorrente põe em causa o valiossíssimo parque arqueológico, dizem os especialistas

Novo aeroporto em Machu Picchu gera onda de contestação

Mafalda Ganhão

Jornalista

A construção de um aeroporto em Chinchero, uma pequena aldeia andina situada entre Cuzco e Machu Picchu, está a ser alvo de enorme contestação, por alegadamente o movimento de aviões e o ainda maior afluxo turístico daí decorrente poder pôr em causa o valiossíssimo parque arqueológico.

Os protestos têm unido a população local, historiadores, arqueólogos e outros especialistas, mas, após várias falsas partidas, a construção do aeroporto arrancou mesmo, em janeiro deste ano.

A cidade inca escolhida para a obra fica cerca de 3,8 mil metros acima do nível do mar, porta de entrada para o Vale Sagrado, alertam os mais críticos. Um novo motivo de preocupação, a juntar ao facto de o turismo para esta zona ter já disparado em 2017 para 1,5 milhões de visitantes.

Por causa disso, foram introduzidas novas regras, tendo o acesso às ruínas incas passado a ser distribuído por dois turnos.

Outro receio é o de que a construção acabe com a bacia hidrográfica do lago Piuray, que abastece quase metade da cidade de Cusco: “Parece irónico e de certa forma contraditório que aqui, a apenas 20 minutos do Vale Sagrado, o núcleo da cultura Inca, eles queiram construir um aeroporto — exatamente em cima do que os turistas aqui vêm ver”, citado pela Galileu, disse o antropólogo Pablo Del Valle, citado pela revista “Galileu”.

Numa tentativa de fazer parar a construção, foi criado um abaixo-assinado, iniciativa que não parece ter impressionado o governo local. “Este aeroporto será construído o mais rapidamente possível porque é muito necessário”, disse o ministro das Finanças do Peru, Carlos Oliva, em comunicado, mencionando a existência de vários estudos técnicos que apoiam a decisão.

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