Um avião de carga chinês chegou, esta segunda-feira, a Caracas, revelou o Ministério venezuelano da Comunicação à CNN.
O avião transportava aproximadamente dois milhões de unidades de equipamentos médicos, incluindo remédios e material cirúrgico. Os suprimentos serão agora distribuídos por agências designadas pelo Presidente Nicolás Maduro.
A crise económica na Venezuela tem conduzido a uma escassez de alimentos e medicamentos, assim como a cortes generalizados de energia.
Em março, o canal de televisão estatal chinês CGTN noticiou que um avião com 65 toneladas de ajuda médica tinha aterrado em Caracas, naquele que terá sido o primeiro despacho de suprimentos de emergência da China para a Venezuela.
Mais de €44 mil milhões em dez anos
Maduro continua a beneficiar do apoio de Pequim, que se tem oposto repetidamente a qualquer ação que cause tensões ou instabilidade na Venezuela.
A China é credora de vastas somas de dinheiro do Governo de Maduro: na última década, Pequim emprestou mais de 50 mil milhões de dólares (44,5 mil milhões de euros) a Caracas através de acordos de petróleo em troca de financiamento.
O Presidente da Venezuela também já permitiu a entrada no país de ajuda de organizações não-governamentais, como a Cruz Vermelha. No entanto, recusa-se a abrir as fronteiras para a assistência de vários países, como os EUA, o Reino Unido, o Canadá ou a Alemanha, que reconhecem o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, como o líder legítimo do país.
Oposição exige “prova de vida” de Zambrano
Entretanto, a oposição venezuelana denunciou que o paradeiro do vice-presidente do Parlamento, Edgar Zambrano, não é conhecido e exige uma “prova de vida”. Zambrano é acusado pelo Governo de Maduro de estar envolvido num movimento que, no dia 30 de abril, tentou forçar uma mudança de regime no país.
Num vídeo gravado no domingo, a filha Soley Zambrano explica que esteve no Forte de Tiuna, a principal base militar de Caracas, e no Helicoide, a prisão dos serviços secretos, e que não conseguiu obter qualquer informação.
A 10 de maio, um tribunal com jurisdição em casos de terrorismo ordenou que o vice-presidente da Assembleia Nacional, onde a oposição detém a maioria, ficasse em prisão preventiva. Zambrano é considerado o braço-direito de Guaidó.
O Supremo Tribunal de Justiça justificou a sua detenção com o “flagrante cometimento dos crimes de traição, conspiração, rebelião civil, usurpação de funções, incitamento público à desobediência das leis e com ódio continuado”.
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