A violência contra a população muçulmana no Sri Lanka tem sido a maior preocupação das autoridades no rescaldo do ataque terrorista de 21 de abril, domingo de Páscoa, que vitimou 258 pessoas, na sua maioria cristãos. Esta segunda-feira morreu a primeira pessoa vítima desta onda de protestos: um homem de 45 anos, esfaqueado em frente à carpintaria onde trabalhava.
O homem morreu pouco depois de ser internado num hospital no distrito de Puttalam, na capital Colombo. Uma fonte das autoridades cingalesas confirmou à France Press (AFP) que “uma multidão feriu um homem com vários golpes de faca” e que esta é a “primeira morte desta onda de ataques" que se iniciaram no domingo contra a comunidade muçulmana.
Por causa destes focos de violência, o primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, decidiu impôr um recolher obrigatório mas mesmo assim os protestos continuam. O governante, em declarações à imprensa local difundidas pela AFP, mostrou-se preocupado com os “os grupos anónimos que tentam desestabilizar o país orquestrando episódios de violência comunitária”.
A violência tem estado concentrada em alguns distritos da capital, mas o recolher obrigatório está em vigor em todo o país. Apesar de as autoridades continuamente avisarem estes grupos de que atos de violência terão uma resposta igualmente robusta, há já registo de vários incidentes de violência contra os muçulmanos e de atos de vandalismo contra as suas lojas e os seus lugares de oração, nos últimos dois dias, principalmente a norte da capital.
O Sri Lanka é maioritariamente budista. Cerca de 10% da população é muçulmana e 7,6% cristã.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt