A ex-analista de informação do Exército norte-americano Chelsea Manning foi libertada esta quinta-feira, dois meses depois de ter sido detida por recusar testemunhar num caso contra a WikiLeaks. Segundo os seus advogados, Manning foi imediatamente convocada para comparecer perante um novo júri na próxima semana.
A libertação acontece na sequência da expiração do prazo para o júri anterior, que tentava conseguir um depoimento da antiga militar naquela que se acredita ser a mais longa investigação do Governo dos EUA à WikiLeaks e ao seu fundador Julian Assange.
Em comunicado, os advogados de Manning revelaram que a sua cliente deverá comparecer em tribunal na próxima quinta-feira, 16 de maio, o que significa que, se voltar a recusar testemunhar, como fez no início de março, poderá regressar à prisão.
“Chelsea continuará a recusar responder”
Manning esteve presa durante 62 dias por desrespeito ao tribunal, tendo-lhe sido negado o pedido de libertação sob fiança.
“Chelsea continuará a recusar responder a perguntas e usará todos os meios legais disponíveis para provar ao juiz distrital que tem justa causa para a recusa em dar o seu testemunho”, acrescenta o comunicado.
Em 2013, Manning foi condenada por um tribunal militar por espionagem e outros delitos relacionados com a disponibilização de mais de 700 mil documentos, vídeos, comunicação diplomática e relatos de guerra à WikiLeaks, enquanto analista de informação no Iraque.
A ligação entre Manning e Assange
Entretanto, após quase sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, Julian Assange perdeu a proteção equatoriana e foi preso pela polícia britânica no dia 11 de abril.
Os EUA pretendem a extradição do fundador da WikiLeaks para que este responda por acusações de conspiração para intrusão informática. Assange promete bater-se contra o pedido de extradição.
A WikiLeaks publicou um vídeo que mostra um ataque de helicópteros americanos em 2007, em Bagdade, que matou uma dezena de pessoas, incluindo dois funcionários da agência de notícias Reuters.
O Governo dos Estados Unidos acusa Assange de ter tentado ajudar Manning a conseguir acesso a um computador oficial. No entanto, não é claro se a alegada colaboração levou a uma intrusão bem-sucedida nalgum computador da Administração americana.
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