Internacional

Sudão. Militares dizem querer entregar o "poder ao povo", manifestantes desconfiam

Mohammed al-Amin Abdelaziz, líder da Associação de Trabalhadores do Sudão, o organizador dos protestos
Mohammed al-Amin Abdelaziz, líder da Associação de Trabalhadores do Sudão, o organizador dos protestos
EPA

Depois das conversações levadas a cabo no sábado, os manifestantes cortaram o contacto com o conselho militar interino. Dizem que entre os militares há "restos" do Governo de Bashir e prometem escalar as manifestações em Cartum

A liderança militar do Sudão promete entregar o “poder o povo”, mas os líderes dos manifestantes declararam terem cortado o contacto com o conselho militar transitório que substituiu no dia 11 de abril o Presidente deposto Omar al-Bashir porque os consideram “os restos” do antigo regime, reporta este domingo a BBC.

Milhares de manifestantes reuniram-se este domingo à noite em frente ao quartel-general militar em Cartum para um encontro com elementos do conselho militar onde anunciariam que um conselho civil tomará o poder doravante.

A Aljazeera escreve que os manifestantes declararam ter cortado contacto com os militares por "não os considerarem sérios" na sua intenção de entregar o poder.

“Não temos a ambição de ficar no poder mais do que o tempo acordado com os partidos da oposição. Estamos à espera que a oposição apresente a sua proposta”, declarou o general Abdel Fattah al-Buhran na televisão estatal.

“Vamos continuar os nossos protestos e vamos escalar os nossos protestos. Vamos boicotar as conversações com o conselho militar”, afirmou Mohamed al-Amin Abdulaziz, porta-voz da Associação de Profissionais Sudaneses.

O objetivo dos milhares de cidadãos que deram início aos protestos em dezembro passado, quando Cartum anuniou o aumento do preço do pão, querem que o conselho militar dê lugar a um governo de transição que leve à convocatória de eleições.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate