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China promete enviar mais de 10 milhões de estudantes para “zonas rurais” até 2022

China promete enviar mais de 10 milhões de estudantes para “zonas rurais” até 2022
STR/AFP/Getty Images

O objetivo é “aumentar as capacidades [dos jovens], espalhar a civilização e promover a ciência e tecnologia”, refere um documento da Liga da Juventude Comunista. Antigas bases revolucionárias, zonas de pobreza extrema e áreas de minorias étnicas terão prioridade máxima, acrescenta. Já há quem fale num revivalismo de Mao Tsé-Tung

China promete enviar mais de 10 milhões de estudantes para “zonas rurais” até 2022

Hélder Gomes

Jornalista

A Liga da Juventude Comunista da China prometeu enviar mais de 10 milhões de estudantes para “zonas rurais” até 2022, com vista a “aumentar as suas capacidades, espalhar a civilização e promover a ciência e tecnologia”. A informação consta de um documento do Partido Comunista chinês, citado esta quinta-feira pelo jornal estatal “Global Times”.

O objetivo é levar para as áreas rurais os talentos daqueles que, de outra forma, seriam atraídos para a vida nas grandes cidades, refere o documento.

“Precisamos que os jovens usem a ciência e a tecnologia para ajudar o campo a inovar os seus modelos tradicionais de desenvolvimento”, disse ao diário de língua inglesa um autarca da província de Hunan.

Nostalgia da Revolução Cultural?

Os estudantes serão chamados a morar no campo durante as férias de verão. Antigas bases revolucionárias, zonas de pobreza extrema e áreas de minorias étnicas terão prioridade máxima, de acordo com a Liga da Juventude, que não especificou quantos jovens seriam persuadidos a voluntariar-se.

Alguns utilizadores da rede social chinesa Weibo, citados pela agência de notícias AFP, lembraram o caos da Revolução Cultural de 1966-76, quando Mao Tsé-Tung enviou milhões de “jovens intelectuais” para condições frequentemente primitivas no campo, enquanto as universidades permaneceram encerradas durante aquela década.

O Presidente da China, Xi Jinping, conhecido pela sua nostalgia da era Mao, passou sete anos numa aldeia na província pobre de Xianxim, a partir dos 16 anos, lembra a AFP.

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