Alguns elementos da equipa do procurador especial Robert Mueller alertaram esta quinta-feira que o relatório sobre a alegada interferência russa nas eleições norte-americanas de 2016 contém conclusões mais preocupantes do que aquelas que foram divulgadas pelo procurador William P. Barr.
Segundo os jornais “The New York Times” e “Washington Post”, esses investigadores lamentam que tenha sido enviada uma carta de quatro páginas ao Congresso com informações limitadas sobre o relatório.
O documento divulgado iliba Donald Trump de obstrução à Justiça, referindo que não foram encontradas provas de conluio da campanha do então candidato presidencial com a Rússia. No entanto, este alerta de elementos da equipa de Robert Mueller aponta para um cenário contrário.
Entretanto, o Departamento de Justiça norte-americano saiu em defesa de William P. Barr, sublinhando que o procurador-geral norte-americano resumiu o relatório de quase 400 páginas do procurador especial Robert Mueller tendo em conta que inclui informações confidenciais.
“Dado o elevado interesse público desta matéria, o procurador-geral decidiu divulgar as conclusões sobre o relatório imediatamente – sem tentar sintetizar todo o seu conteúdo – com base na ideia de que o relatório poderia ser publicado após o processo de redação”, declarou o porta-voz do Departamento de Justiça, Kerru Kupec.
Na sexta-feira passada, o Departamento da Justiça norte-americano anunciou que irá divulgar o relatório ao público em “meados de abril, ou mesmo antes”, garantindo que “não planeia submeter o documento à Casa Branca para uma revisão privilegiada.”
Após a divulgação das conclusões do relatório, Donald Trump reafirmou que não teve qualquer responsabilidade no caso, lamentando que os EUA tenham passado por este processo. “É uma vergonha que o nosso país tenha passado por isto. Para ser sincero, é uma vergonha que o vosso Presidente tenha passado por isto ainda antes de ser eleito”, declarou o líder norte-americano.
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