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Lori Lightfoot faz história ao tornar-se a primeira mayor negra e assumidamente lésbica de Chicago

Lori Lightfoot
Lori Lightfoot
Scott Olson/Getty Images

A ex-procuradora federal conseguiu 74% dos votos contra os 26% de Toni Preckwinkle, também negra e lésbica. “Vocês não se limitaram a fazer história, criaram um movimento de mudança”, disse Lightfoot a centenas de apoiantes. Preckwinkle manifestou o seu apoio à também democrata que agora se estreia na política: “Trata-se de seguir o caminho em frente”

Lori Lightfoot faz história ao tornar-se a primeira mayor negra e assumidamente lésbica de Chicago

Hélder Gomes

Jornalista

Lori Lightfoot tornou-se esta terça-feira a primeira presidente negra e assumidamente lésbica da Câmara de Chicago, a terceira maior cidade dos EUA. A antiga procuradora federal conseguiu 74% dos votos contra os 26% de Toni Preckwinkle, também negra e lésbica.

Com 56 anos, Lightfoot nunca ocupou um cargo político, enquanto Preckwinkle, com 72, foi vereadora da cidade durante quase duas décadas antes de se tornar presidente do conselho de Cook County em 2010.

“Vocês não se limitaram a fazer história, vocês criaram um movimento de mudança”, disse Lightfoot a centenas de apoiantes, prometendo acabar com a corrupção e tornar as ruas da cidade novamente seguras. “Podemos e vamos reconstruir Chicago”, afirmou.

Lightfoot herda enormes desafios fiscais

A segunda volta entre as duas afroamericanas constitui uma raridade nos Estados Unidos, onde apenas 6% dos presidentes de Câmara nas 200 maiores cidades americanas são mulheres negras, de acordo com a plataforma Reflective Democracy Campaign, citada pela agência de notícias Reuters.

Lightfoot and Preckwinkle, ambas democratas, foram à segunda volta depois de conseguirem as melhores votações entre os 14 candidatos nas eleições de fevereiro. Lightfoot substituirá Rahm Emanuel, que não se candidatou a um terceiro mandato na Câmara.

A mayor recém-eleita, ex-presidente do corpo civil independente do Conselho da Polícia de Chicago, herda enormes desafios fiscais. Entre eles encontra-se um passivo não capitalizado de 28 mil milhões de dólares (cerca de 25 mil milhões de euros) dos quatro sistemas de reforma na cidade, além de uma crescente contribuição anual para o fundo de pensões que irá atingir os 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) em 2023, sintetiza a Reuters.

Toni Preckwinkle
Scott Olson/Getty Images

Uma das cidades mais violentas do país

Lightfoot também terá de lidar com um défice orçamental estimado em 252 milhões de dólares (225 milhões de euros) para o ano fiscal de 2020, juntamente com contratos de trabalho com sindicatos da polícia, bombeiros e professores que já expiraram ou estão em vias de expirar.

A nova presidente da Câmara terá igualmente de gerir aquela que é classificada como uma das cidades mais violentas do país. Apesar de os homicídios em Chicago terem diminuído no ano passado, menos de um em cada cinco ficou resolvido.

Preckwinkle ofereceu o seu apoio à rival vitoriosa. “Não há muito tempo, duas mulheres afroamericanas a disputarem este lugar seria impensável. Embora possa ser verdade que tomámos caminhos diferentes para aqui chegar, esta noite trata-se de seguir o caminho em frente”, disse.

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