Theresa May afirmou nesta quarta-feira perante os membros conservadores do parlamento britânico que abandonará a liderança do Governo caso a Câmara dos Comuns aprove o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia. A primeira-ministra, que sofreu já duas derrotas em votações sobre o acordo que fechou com Bruxelas para a concretização do 'Brexit', garantiu que não estará na segunda fase de negociações do processo.
A iniciativa de May visa tentar captar os votos dos deputados eurocéticos que exigem uma nova liderança. Perante os membros do parlamento, a primeira-ministra e líder dos conservadores afirmou: "Escutei claramente a disposição do partido no parlamento. Sei que existe o desejo de uma nova abordagem, e de uma nova liderança, durante a segunda fase das negociações do 'Brexit' e não me atravessarei no caminho".
De manhã, Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas, já tinha instado Theresa May, no debate desta manhã, para que ouvisse ou desistisse do cargo. “Ou ouve o que os deputados estão a dizer-lhe, ou muda totalmente o percurso que tem tomado ou então tem que abandonar o cargo”, disse Corbyn no parlamento.
O líder da oposição condenou ainda a “paralisia governamental” de May por insistir em defender um acordo que já foi chumbado por duas vezes - e o presidente do Parlamento não deve permitir um terceiro voto a um texto que ele considera demasiado parecido com os outros dois que já foram votados e chumbados. Esta quarta-feira à tarde, o parlamento britânico irá votar oito emendas diferentes mas são apenas “votos indicativos” e May não tem que dar seguimento a nenhum deles. No entanto, para Jeremy Corbyn, o cenário ideal seria aquele em que May “abraçasse” a proposta que retenha mais votos por parte dos deputados.
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