Num discurso perante a Câmara dos Comuns, a primeira-ministra britânica explicou que, sem o apoio necessário, não irá submeter na terça-feira – como estava previsto – a votação do acordo do Brexit
com Lusa
A primeira-ministra britânica afirmou esta terça-feira que ainda não tem o apoio suficiente para o acordo do Brexit ser aprovado pelo Parlamento.
Num discurso perante a Câmara dos Comuns, Theresa May explicou que não irá, por isso, submeter na terça-feira – como estava previsto – a votação do acordo negociado entre o Reino Unido e Bruxelas. Segundo a governante, a prioridade é garantir os votos necessários dos parlamentares, sendo que até lá continuará a “negociar construtivamente” os vários pontos do acordo.
“Lamento chegar à conclusão de que, da maneira como as coisas estão, ainda não disponho de apoio nesta câmara para avançarmos com uma terceira votação do acordo [do Brexit]”, declarou Theresa May.
A primeira-ministra alertou também que a votação, desta vez, “poderá conduzir a um resultado não negociável com a União Europeia.”
Prometeu ainda que o governo criaria tempo para os chamados “votos alternativos” terem lugar, a primeira-ministra se tenha manifestado “cética” sobre este tipo de processo. “Quando experimentámos este tipo de coisas no passado, produziram resultados contraditórios ou nenhuma conclusão”, avisou.
Sublinhando que o governo britânico enviou uma carta a Donald Tusk solicitando o adiamento curto do Brexit, Theresa May disse ainda desejar que o Reino Unido possa sair do bloco europeu até ao próximo dia 29 de março. A primeira-ministra defende, contudo, que é preferível não acelerar o processo e o país sair da União Europeia sem acordo, de forma a minimizar os impactos negativos nomeadamente para a Irlanda do Norte
Na semana passada, o Conselho Europeu concordou com uma prorrogação da data de saída do Reino Unido da UE até 22 de maio de 2019, desde que o Acordo de Saída seja aprovado pela Câmara dos Comuns até sexta-feira.
Se não acontecer, o Conselho Europeu estipulou uma prorrogação até 12 de abril de 2019 e disse que esperava que o Reino Unido indicasse um caminho a seguir antes de 12 de abril de 2019 para a consideração dos líderes europeus.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt
