Internacional

Temer ficou em silêncio durante interrogatório policial

Temer ficou em silêncio durante interrogatório policial
EVARISTO SA/AFP/Getty Images

Antigo chefe de Estado não prestou declarações, mas deixou um desabafo: a investigação é um “rematado absurdo”

O ex-Presidente brasileiro Michel Temer permaneceu esta sexta-feira em silêncio durante o interrogatório na Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde está detido desde quinta-feira, por alegadamente liderar durante cerca de 40 anos uma rede responsável por crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.

A informação foi divulgada à imprensa brasileira pela procuradora Fabiana Schneider, que integra a investigação da operação Descontaminação, braço da investigação Lava Jato no estado do Rio de Janeiro. Foram os advogados que informaram que o antigo governante não iria falar, sob o argumento de que não tinha tido acesso às mais de 5000 páginas dos autos da operação.

Segundo a procuradora, das oito pessoas presas na operação, apenas o ex-ministro brasileiro Moreira Franco prestou depoimento, negando ter recebido ou oferecido qualquer suborno.

Mesmo preferindo ficar em silêncio, Temer pediu que fosse consignado no termo de audiência na Polícia Federal que considera a investigação que o prendeu um “rematado absurdo” e que “não acha conveniente falar nesse momento até porque a decisão judicial e a manifestação do Ministério Público Federal o colocaram como chefe de quadrilha, inclusive num período em que não exercia função pública”.

Fabiana Schneider, citada pela Agência Brasil, frisou que os fundamentos dos mandados de prisão são sólidos. "Se não houvesse motivos suficientes para a prisão preventiva, com toda a certeza nós não faríamos esses pedidos. Nós estamos absolutamente convencidos da necessidade da manutenção da prisão. Estamos a falar de uma organização criminosa que assalta o Estado há quase 40 anos, em valores muito superiores aos quais estamos habituados, de 1,8 mil milhões de reais [cerca de 410 milhões de euros], pelo menos", frisou.

Na quinta-feira, os advogados de defesa de Temer entregaram um recurso a pedir a libertação do antigo Presidente.

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