O recém-empossado Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, propôs esta quarta-feira que a capital do país, Astana, seja rebatizada em homenagem ao chefe de Estado demissionário, Nursultan Nazarbayev.
Num discurso televisivo, Nazarbayev anunciou esta terça-feira a sua demissão após quase três décadas como o primeiro (e, até agora, único) chefe de Estado do Cazaquistão independente. Tokayev, que era porta-voz do Parlamento e foi primeiro-ministro do país entre 1999 e 2002, torna-se assim o segundo Presidente daquela que foi a última das repúblicas soviéticas a declarar independência durante a dissolução da URSS.
Sugerindo que a capital do país se passe a chamar “Nursultan”, Tokayev sublinhou que a opinião do Presidente demissionário “será de especial e prioritária importância no desenvolvimento e adoção de decisões estratégicas”. No seu discurso de posse, o novo chefe de Estado classificou Nazarbayev como “um excelente reformador”.
Nazarbayev continuará a presidir ao partido no poder
Ao chegar à cerimónia, Nazarbayev foi longamente aplaudido pelos dignitários reunidos e sentou-se num pódio atrás do púlpito onde o novo Presidente proferiu o seu discurso inaugural, descreve a Al Jazeera. Nazarbayev continuará a presidir ao conselho de segurança do Cazaquistão e ao partido no poder.
Com 78 anos, Nazarbayev foi chefe do Governo da antiga República Socialista Soviética Cazaque entre 1984 e 1989. No ano seguinte, foi eleito Presidente do Cazaquistão, depois de o país ter deixado de fazer parte da União Soviética. Voltou a ser eleito em 1999, 2005, 2011 e 2015 com maioria absoluta. Contudo, vários organismos e observadores internacionais levantaram dúvidas quanto à liberdade e justiça dos atos eleitorais.
O seu sucessor assume as funções presidenciais até abril do próximo ano, altura em que terminaria o mandato de Nazarbayev. A mudança de rosto na presidência não deverá alterar a linha política do Cazaquistão, que é essencialmente um regime autoritário que deixa pouco espaço para a oposição, a sociedade civil e a liberdade dos media.
“Astana” significa literalmente “capital” em cazaque e especulava-se há muito sobre a possibilidade de se lhe mudar o nome em tributo a Nazarbayev.
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