A deputada dinamarquesa Mette Abildgaard queixou-se esta terça-feira de uma repreensão da presidente do Parlamento por ter levado a sua filha de cinco meses para o trabalho. Abildgaard esclareceu que se tratou de uma primeira vez e que o fez porque o pai não podia ficar a tomar conta da criança.
Pia Kjærsgaard, ex-líder do Partido Popular Dinamarquês (conotado com a direita e até com a extrema-direita) e que atualmente preside ao Parlamento, terá dito à deputada que “não é bem-vinda” com o seu bebé.
Num post de Facebook, Abildgaard, do Partido Popular Conservador (de centro-direita), escreveu que já tinha visto um colega a levar a filha para o trabalho sem quaisquer problemas, pelo que não pediu autorização para fazer o mesmo.
“Os deputados devem estar no hemiciclo, não bebés ou crianças”
Apelando à definição de diretrizes mais claras sobre o assunto, a deputada acrescentou ter combinado com a sua secretária que se a bebé fizesse “o mais pequeno barulho”, ela não a levaria para o hemiciclo. Como a criança estava “de bom humor”, decidiu levá-la consigo para dentro.
Contudo, a presidente do Parlamento passou uma mensagem através de um assistente, pedindo-lhe que retirasse o bebé. “Os deputados devem estar no hemiciclo, não bebés ou crianças”, disse Kjærsgaard à agência de notícias Ritzau. Um porta-voz acrescentou ao tabloide “B.T.” que Kjærsgaard se limitou a seguir as regras como presidente do Parlamento e que esta sentiu que o bebé estava “a perturbar a sessão”.
Abildgaard afirma ter escolhido regressar ao trabalho “para servir a democracia”.
Em setembro, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, levou a sua filha de três meses para o discurso inaugural nas Nações Unidas, em Nova Iorque, tornando-se o primeiro líder mundial a participar numa Assembleia Geral com um filho. Também no ano passado, tornaram-se virais imagens da ministra canadiana Karina Gould a amamentar o seu bebé no Parlamento.
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