Bruxelas sobre votação em Londres: “Não basta votar contra uma saída sem acordo”
Comissão Europeia diz que se Londres não quer sair sem acordo, então tem de assinar um acordo
Comissão Europeia diz que se Londres não quer sair sem acordo, então tem de assinar um acordo
Correspondente em Bruxelas
A União Europeia esteve atenta à votação desta quarta-feira de tarde na Câmara dos Comuns, em Londres. A Comissão Europeia diz que “tomou nota” do resultado e da rejeição do cenário em que o Reino Unido sairia da UE de forma desordenada e sem acordo. Mas avisa que o impasse está longe de estar resolvido.
“Não basta votar contra um não-acordo, têm de concordar com um acordo”, adianta um porta-voz da Comissão Europeia ao Expresso, lembrando que só existem duas formas de se sair do projeto europeu: “com acordo ou sem acordo”. O mesmo porta-voz garante que a UE “está preparada para ambos” e que continua disponível e “pronta para assinar” o pacto de saída negociado com a primeira-ministra britânica, Theresa May.
Os deputados britânicos rejeitaram terça-feira o acordo do Brexit e esta quarta rejeitaram uma saída a 29 de março sem acordo. Mas Bruxelas deixa claro que não há uma terceira via e que cabe a Londres encontrar uma solução e dizer, afinal, o que é que pretende fazer.
“O Reino Unido tem de nos dizer o que quer para a relação futura, qual é a sua escolha. É a questão que se coloca agora e para a qual precisamos de uma resposta”, dizia esta quarta-feira de manhã o negociador-chefe da UE para o Brexit. Perante os eurodeputados, Michel Barnier sublinhava que a posição britânica deveria ficar esclarecida antes mesmo de se avançar para um pedido de extensão do artigo 50, ou seja, para um adiamento do dia da saída.
Do lado do Conselho Europeu, em nome dos líderes europeus mantém-se atual a declaração de terça-feira de um porta-voz do presidente, Donald Tusk. “Os 27 esperam uma justificação credível para uma possível extensão e a respetiva duração.”
Esta quarta-feira, os parlamentares britânicos rejeitaram também a possibilidade de uma extensão curta, apenas até 22 de maio, o que evitaria a participação nas próximas eleições europeias. O entendimento que vigora no Parlamento Europeu é o de que os britânicos têm de ir às urnas e eleger eurodeputados caso o Reino Unido ainda seja um Estado-membro nessa altura.
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