O regulador de aviação da China ordenou esta segunda-feira a todas as companhias aéreas do país que suspendam os aviões Boeing 737 Max 8 até às 18h de Pequim (10h de Lisboa). A medida surge depois de um avião da Ethiopian Airlines, com destino a Nairobi, se ter despenhado no domingo minutos após descolar, matando todas as 157 pessoas que seguiam a bordo.
Foi o segundo acidente com a versão mais recente do jato de fuselagem estreita, que entrou em atividade em 2017. Em outubro do ano passado, um 737 Max 8, operado pela companhia aérea low cost Lion Air, caiu 13 minutos após a descolagem de Jacarta num voo doméstico, matando todos os 189 passageiros e tripulantes a bordo.
Em comunicado, a Administração de Aviação Civil da China informou que notificaria as companhias aéreas sobre quando poderiam retomar o voo dos jatos depois de contactar a Boeing e a Administração Federal de Aviação dos EUA para garantir a segurança dos voos.
“Um certo grau de similaridade”
“Uma vez que dois acidentes com aviões Boeing 737-8 recém-entregues aconteceram durante a fase de descolagem, eles têm um certo grau de similaridade”, disse a agência chinesa, acrescentando que a regulamentação está em linha com o seu princípio de tolerância zero em relação à segurança.
A causa do acidente indonésio ainda está a ser investigada. Um relatório preliminar de novembro, antes de o gravador de voz da cabine ter sido recuperado, deteve-se na manutenção e formação da companhia aérea e na resposta de um sistema antiparagem da Boeing a um sensor recentemente substituído. No entanto, não apontou uma razão para o acidente.
As companhias aéreas chinesas têm 96 jatos 737 Max ao serviço, revelou o órgão regulador estatal. Contactada pela agência de notícias Reuters, a Boeing recusou-se a comentar.
Companhia de bandeira da Etiópia e líder em África
No aparelho que caiu este domingo seguiam 149 passageiros e oito tripulantes. “Está confirmado que aconteceu às 08h44 [05h44 em Lisboa]”, disse um porta-voz da companhia aérea. O avião tinha levantado seis minutos antes do Aeroporto Internacional Bole, em Addis Abeba, capital da Etiópia, quando perdeu o contacto.
A companhia aérea revelou que o aparelho caiu perto de Bishoftu, a sudeste da capital. As causas do acidente ainda não são conhecidas.
A Ethiopian Airlines confirmou no Twitter que ninguém sobreviveu ao acidente aéreo. A companhia expressou as suas “condolências às famílias e pessoas próximas dos passageiros e tripulação que perderam a vida neste trágico acidente”.
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, também manifestou via Twitter as suas “profundas condolências” às famílias das vítimas.
A Ethiopian Airlines é membro da Star Alliance (a mesma que integra a transportadora portuguesa TAP) desde dezembro de 2011 e, de acordo com o site da aliança, trata-se da companhia de bandeira da Etiópia e líder em África.
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