O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn foi libertado esta quarta-feira sob fiança mais de três meses depois de ter sido preso no Japão. O empresário de 64 anos deixou a prisão rodeado por guardas e usando um boné azul e uma máscara cirúrgica.
O montante da fiança foi fixado em mil milhões de ienes, o que corresponde a cerca de oito milhões de euros.
O terceiro pedido de fiança de Ghosn foi aceite na terça-feira, um dia depois de um dos seus advogados se ter afirmado confiante de que o antigo responsável da Nissan ia ficar em liberdade. O advogado recém-contratado, Junichiro Hironaka, é conhecido por ter conseguido que vários clientes tivessem sido absolvidos no Japão, onde a taxa de condenações é de 99%.
Caso podia ter sido resolvido como assunto interno da empresa, sugere advogado
Na segunda-feira, Hironaka afirmou ter proposto novas formas de controlar Ghosn após a libertação sob fiança, como a videovigilância. Hironaka questionou também o fundamento da detenção de Ghosn, num caso que considerou “muito peculiar”, sugerindo que podia ter sido resolvido como um assunto interno da empresa.
No Japão, os suspeitos ficam em detenção provisória durante meses, frequentemente até ao início dos julgamentos. Os procuradores defendem que os suspeitos podem alterar provas e não devem ser libertados.
O empresário franco-brasileiro, de origem libanesa, Carlos Ghosn foi detido em novembro do ano passado em Tóquio por suspeitas de fraude fiscal e de quebra de confiança.
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