Desertores venezuelanos foram levados para novo local incerto na Colômbia

A operação foi comandado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados e apoiada pelo exército colombiano
A operação foi comandado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados e apoiada pelo exército colombiano
Gustavo Basso, enviado a Cúcuta (fronteira Colômbia-Venezuela)
Cerca de 70 militares venezuelanos que desertaram na última semana para a Colômbia e estavam abrigados no hotel Bolívar, em Cúcuta, na fronteira copm a Venezuela, foram retirados para outros locais neste fim de semana por motivos de segurança.
A operação de transferência, comandada pela ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e apoiado pelo exército colombiano, foi decidida após o político venezuelano Freddy Bernal ter revelado em rede nacional a localização de mais de 400 desertores na Colômbia.
Numa entrevista em direto na rede madurista Telesur, o Defensor do Departamento de Táchira, na fronteira com a Colômbia, revelou o nome de hotéis onde estão alocados 435 soldados que abandonaram a Venezuela na última semana, gerando um clima generalizado de temor de possíveis atentados contra os militares, acusados de traírem a pátria.
No início da semana passada, o abrigo mantido por uma instituição eclesiástica já havia sido vítima de uma ameaça de ataque à bomba. O abrigo, mantido pela ICAB (Igreja Católica Apostólica Brasileira, mais progressista que a Católica Romana) recebeu desde 24 de fevereiro 45 membros do Exército venezuelano.
Naquele dia, o comboio de camiões com 600 toneladas de ajuda humanitária financiada pelos EUA tentava forçar a entrada na Venezuela, que fechou as suas fronteiras nos dias anteriores. Violentas manifestações ocorreram, e mais de 300 pessoas acabaram feridas em ambos os lados da fronteira. Grupos de milícias chegaram a disparar contra os manifestantes.
Funcionários da ACNUR não revelaram para onde foram levados os militares, que agora se preocupam com a segurança de amigos e familiares que permanecem na Venezuela.
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