Este sábado tem sido mais um dia de grande tensão na Venezuela, do qual tanto Nicolás Maduro como Juan Guaidó vão dando conta no Twitter. No centro da discórdia estão os camiões com ajuda humanitária proveniente de vários países que devem dar entrada na Venezuela através das fronteiras com o Brasil e com a Colômbia. Nicolás Maduro, porém, está decidido a travar a entrada desse apoio. Os confrontos entre apoiantes de um lado e do outro provocaram a morte de duas pessoas, e ferimentos a várias outras, na sexta-feira.
Guaidó, autoproclamado presidente interino, anunciou durante a tarde que o primeiro camião, de dois, com ajuda humanitária proveniente do Brasil tinha conseguido passar a fronteira com a Venezuela. “Anunciamos oficialmente que a primeira remessa de ajuda humanitária já entrou pela nossa fronteira com o Brasil”, escreveu na rede social. Atualmente, Juan Guaidó encontra-se na cidade colombiana de Cúcuta, e não há ainda confirmação de fontes independentes quanto à entrada do camião em território brasileiro. Espera-se que um segundo camião lá chegue, apesar de ter sofrido alguns problemas técnicos no trajeto de 220 quilómetros entre Boa Vista, capital do Estado de Roraima, e Pacaraima. Por lá, centenas de venezuelanos concentram-se junto à fronteira para acompanhar a chegada desse apoio vindo do Brasil, gritando palavras de ordem contra o Presidente Maduro e exigindo que os militares venezuelanos abram caminho e deixem passar a ajuda, segundo relata a agência espanhola Efe.
Pouco depois, novamente através do Twitter, Guaidó anunciou que também a ajuda vinda da Colômbia tinha passado para o lado venezuelano. “O regime usurpador está a impedir a passagem. Não derrubarão a nossa decisão irreversível de viver em liberdade.”
Ainda durante este sábado, quatro membros da Guarda Nacional Bolivariana terão desertado para a Colômbia e terão pedido proteção das autoridades na cidade colombiana de Cúcuta, onde se encontra Guaidó, que já os terá recebido. Mais uma vez usou o Twitter para dar conta do evento, concluindo: “Soldado venezuelano, a mensagem é clara: faz o que te manda a Constituição. Haverá amnistia e garantias para quem se puser do lado do povo.”
Nesta fronteira está também Paulo Rangel, eurodeputado português do Partido Popular Europeu (PPE), que comenta o que tem sentido AQUI e AQUI.
Já em Caracas, capital da Venezuela, Nicolás Maduro começou a discursar perante uma multidão de apoiantes, pouco antes das 15h locais (mais quatro em Portugal). Diz-se “mais firme que nunca” e avisou Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos da América, país do qual Maduro recusa receber ajuda humanitária, como comida ou alimentos. “Tira as mãos da Venezuela. Yankees go home. Quem é que o Trump ajudou em toda a sua vida?”. Maduro desafia ainda Guaidó a convocar eleições — “Senhor fantoche, palhaço de mil caras, onde está o desafio de convocar eleições?”.
Maduro usa também o Twitter para, ao vivo, transmitir parte do discurso em Caracas.
Recorde-se que este sábado, 23 de fevereiro, é a data limite imposta pelo autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, para a entrada no país de 14 camiões e 200 toneladas de ajuda humanitária reunida para a Venezuela.
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