Internacional

Principais partidos da Austrália alvo de ataque cibernético de Governo estrangeiro

Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália
Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália
Tracey Nearmy/Getty Images

“Os nossos especialistas de cibersegurança acreditam que um ator estatal sofisticado é responsável por esta atividade maliciosa”, disse o primeiro-ministro, esclarecendo que “não há provas de qualquer interferência eleitoral”. As agências de segurança começaram imediatamente a investigar se a China seria responsável pelo ataque

Principais partidos da Austrália alvo de ataque cibernético de Governo estrangeiro

Hélder Gomes

Jornalista

Os principais partidos políticos da Austrália foram alvo de um ataque cibernético de um Governo estrangeiro aos servidores do Parlamento do país, revelou esta segunda-feira o primeiro-ministro Scott Morrison. No entanto, o chefe do Governo esclareceu que as investigações ao ataque ainda não encontraram provas de interferência eleitoral.

“Os nossos especialistas de cibersegurança acreditam que um ator estatal sofisticado é responsável por esta atividade maliciosa”, disse Morrison ao Parlamento, citado pela ABC. “Deixem-me ser claro: não há provas de qualquer interferência eleitoral. Colocámos em prática uma série de medidas para garantir a integridade do nosso sistema eleitoral”, acrescentou.

Um porta-voz do Partido Liberal, liderado pelo primeiro-ministro, informou que estavam “a trabalhar de perto com as agências de segurança nesta questão”.

“Não podemos ser complacentes, não estamos imunes”

O impacto sobre os partidos políticos foi descoberto durante uma investigação a uma violação dos servidores do Parlamento no dia 8 deste mês. Os deputados e outros funcionários parlamentares perderam o acesso aos seus emails porque as agências de segurança redefiniram as palavras-passe quando a violação foi detetada. Os ministros e os seus gabinetes não foram afetados porque usam outros servidores.

O líder da oposição e do Partido Trabalhista, Bill Shorten, disse que o seu partido e a coligação governamental têm “uma obrigação conjunta” de proteger a democracia e a segurança nacional. “Não podemos ser complacentes. Não estamos imunes. Como o primeiro-ministro indicou, as instituições do Governo, como as comissões eleitorais, estão bem protegidas mas as nossas estruturas político-partidárias talvez estejam mais vulneráveis”, referiu.

A pista chinesa

Segundo a ABC, as agências de segurança começaram imediatamente a investigar se a China seria responsável pelo ataque. Contudo, o primeiro-ministro recusa pronunciar-se sobre a origem do ataque.

O principal conselheiro de segurança cibernética do país, Alastair MacGibbon, sublinha que ainda é cedo para saber a que tipo de informações os hackers terão tido acesso, destacando a importância de falar publicamente sobre o assunto apenas quando se conhecer a extensão completa do ataque e também por uma questão de “gestão de risco”. “A sofisticação da metodologia usada dá-nos a confiança para afirmar que se tratou de um ator estatal. Há um número limitado de países [suspeitos] mas temos pouca confiança sobre se seremos capazes de declarar publicamente qual pensamos ser”, contrapôs.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hgomes@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate