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Parlamento espanhol em votação decisiva para futuro do Governo de Sánchez

Parlamento espanhol em votação decisiva para futuro do Governo de Sánchez
JAVIER BARBANCHO

Os deputados dos partidos independentistas catalães apoiam uma das seis emendas à totalidade das contas de Estado que vão ser votadas em conjunto, mas o executivo socialista liderado por Pedro Sánchez espera, até ao último minuto, que possam ainda mudar de opinião

O Parlamento espanhol decide esta quarta-feira em Madrid se devolve o projeto de Orçamento para 2019 ao Governo, medida que, se for aprovada, irá abrir uma crise política grave que pode precipitar a realização de eleições antecipadas.

Os deputados dos partidos independentistas catalães apoiam uma das seis emendas à totalidade das contas de Estado que vão ser votadas em conjunto, mas o executivo socialista liderado por Pedro Sánchez espera, até ao último minuto, que possam ainda mudar de opinião.

Os separatistas catalães estão a fazer depender o seu apoio à aceitação, por parte do executivo espanhol, do início de negociações sobre a autodeterminação da Catalunha, apesar de Madrid já ter assegurado que não aceita esta “chantagem”.

“Este Governo não vai ceder a qualquer chantagem por parte de ninguém”, disse na terça-feira a ministra da Fazenda, Maria José Montero, no primeiro dia do debate das emendas à totalidade do Orçamento Geral de Estado para 2019.

Se não alterarem o seu sentido de voto, os deputados independentistas, que foram decisivos na subida ao poder do PSOE [Partido Socialista Operário Espanhol] em junho passado, poderão agora precipitar a realização de eleições antecipadas.

O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e vários dirigentes socialistas têm afirmado que sem orçamento a legislatura, que deveria terminar em meados de 2020, será “encurtada”.

A votação desta quarta-feira pode significar que os partidos de direita e os independentistas apareçam juntos pela primeira vez para chumbar o projeto orçamental para 2019.

Pedro Sánchez tornou-se primeiro-ministro em 2 de junho de 2018, depois de o PSOE ter conseguido aprovar no parlamento, na véspera, uma moção de censura contra o executivo do Partido Popular (direita) com o apoio do Unidos Podemos (coligação de extrema-esquerda) e uma série de partidos mais pequenos, entre eles os nacionalistas bascos e os independentistas catalães.

Os socialistas têm apenas 84 deputados num total de 350 e o Unidos Podemos 67, com as últimas sondagens a indicarem que os partidos de esquerda ainda não conseguiriam assegurar uma maioria estável, apesar da subida das intenções de voto no PSOE.

A direita pede insistentemente, desde há meses, eleições antecipadas e lembra que Sánchez, quando fazia parte da oposição, defendia a demissão do Governo no caso de o Orçamento não ser aprovado.

Mesmo o principal apoio parlamentar do PSOE, o Unidos Podemos, sustenta que, se o Orçamento não for aprovado, deverá haver eleições antecipadas.

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