A proposta de orçamento de Estado do Governo espanhol foi chumbada esta quarta-feira com 191 votos contra, 158 votos a favor e uma abstenção.
A Esquerda Republicana da Catalunha e o Partido Democrata Europeu Catalão, independentistas, juntaram-se ao Partido Popular (PP, direita), Cidadãos (centro liberal), Coligação Canária, Fórum Astúrias, União do Povo Navarro e Em Maré (esquerda radical galega) para recusar as contas do primeiro-ministro Pedro Sánchez.
Se o PP e o Cidadãos acusam o executivo de Sánchez de preferir negociar com a esquerda populista e queriam antecipar as eleições, os partidos mais pequenos como a Coligação Canária, Fórum Astúrias e União do Povo Navarro votaram contra o orçamento por considerarem que favorece a Catalunha face a outras regiões.
Os separatistas catalães, que foram cruciais para Sánchez subir ao poder em junho de 2018, através de moção de censura contra Mariano Rajoy (PP), retiraram-lhe o apoio porque o socialista não quis aceitar a condição prévia de negociar a autodeterminação da Catalunha, algo que a Constituição espanhola não permite. Na terça-feira começou em Madrid o julgamento dos políticos catalães envolvidos na tentativa de secessão de 2017.
A consequência do chumbo será, com toda a probabilidade, a antecipação das legislativas, previstas para 2020. A marcação do ato eleitoral é prerrogativa do chefe do Executivo e o anúncio poderá ser feito em breve. A imprensa espanhola aponta duas hipóteses: Sánchez pode querer juntar as legislativas às eleições municipais, regionais e europeias de 26 de maio ou celebrá-las antes, em 14 ou 28 de abril.
No entanto, o primeiro-ministro espanhol já fez saber que anunciará a data das eleições na próxima sexta-feira.
Notícia atualizada às 14h10
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt