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Espanha. Cidadãos, Podemos e PDeCAT pedem também eleições antecipadas

Espanha. Cidadãos, Podemos e PDeCAT pedem também eleições antecipadas
OSCAR DEL POZO/Getty

O primeiro-ministro espanhol deverá anunciar na sexta-feira após a reunião do Conselho de Ministros a sua decisão de convocar ou não eleições antecipadas

O Cidadãos, o Podemos e o PDeCAT (Partido Democrático Europeu da Catalunha) defenderam esta quarta-feira a necessidade de eleições antecipadas em Espanha, após o chumbo do orçamento do governo socialista, tal como tinha feito o principal partido da oposição.

O presidente do Cidadãos (direita liberal), Albert Rivera, exigiu ao primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que convoque já eleições gerais, que o líder do principal partido da oposição, o Partido Popular (PP, direita), Pablo Casado, tinha considerado "inadiáveis".

Para o Podemos (extrema-esquerda), a derrota que o governo sofreu no Congresso condenou a legislatura de Pedro Sánchez, que terá que convocar eleições.

O porta-voz do PDeCAT no Congresso, Carles Campuzano, disse que o que é "discutível" é que a realização das eleições coincida com o julgamento dos líderes independentistas catalães, defendendo que o escrutínio ocorra após se conhecer a sentença do Supremo Tribunal.

Em declarações aos jornalistas após o chumbo do orçamento de Estado espanhol para 2019, Campuzano disse que, em termos legais, não é incompatível que haja eleições enquanto decorre o julgamento, adiantando que "em termos políticos é mais discutível".

Assinalou que cabe ao chefe do Governo decidir, acrescentando que Sánchez pode entender que, "logicamente, uma campanha eleitoral poderá interferir nesse julgamento".

A proposta de Orçamento Geral do Estado espanhol para 2019 foi rejeitada no Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento) com os votos da ERC (Esquerda Republicana de Catalunha) e do PDeCAT, que se juntaram ao PP, Cidadãos, Foro Asturias (regionalista) e Coligação Canárias (regionalista).

O orçamento foi chumbado com 191 a favor, 158 contra e uma abstenção.

Pedro Sánchez e vários dirigentes socialistas têm afirmado que, sem orçamento, a legislatura, que deveria terminar em meados de 2020, seria "encurtada".

O primeiro-ministro espanhol anunciará na sexta-feira após a reunião do Conselho de Ministros a sua decisão de convocar ou não eleições antecipadas, disseram já fontes do Palácio da Moncloa.

Pedro Sánchez tornou-se primeiro-ministro em 2 de junho de 2018, depois de o PSOE ter conseguido aprovar no parlamento, na véspera, uma moção de censura contra o executivo do PP com o apoio do Unidos Podemos e de uma série de partidos mais pequenos, entre eles os nacionalistas bascos e os independentistas catalães.

Estes últimos votaram esta quarta-feira ao lado da oposição de direita para chumbar o orçamento. Os separatistas catalães têm vindo a pressionar o governo para iniciar negociações sobre a autodeterminação da Catalunha.

O julgamento histórico de 12 dirigentes independentistas catalães acusados de envolvimento na tentativa de secessão da Catalunha em outubro de 2017 iniciou-se na terça-feira no Tribunal Supremo em Madrid.

O Ministério Público pediu penas que vão até 25 anos de prisão contra os acusados, por alegados delitos de rebelião, sedição, desvio de fundos e desobediência.

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