O Governo de Pedro Sánchez lançou o mote, em agosto, para a exumação do corpo de Francisco Franco, no monumento do Vale dos Caídos, perto de Madrid. A família de Franco opôs-se e prometeu luta. Um tribunal negou o desejo dos familiares. A seguir, a Igreja entrou em cena e não autorizou a exumação. Mas já não há volta atrás: o Executivo vai aprovar na sexta-feira a exumação dos restos mortais do ditador, conta esta segunda-feira o diário espanhol “Público”.
O Conselho de Ministros de Espanha pondera oferecer à família Franco 15 dias para esta sugerir uma nova morada para o ditador. De seguida, vai proceder-se à exumação e à transferência do corpo para um lugar a determinar.
O diário dá conta de que a família quererá transferir os restos mortais de Franco para a Catedral de la Almudena, na Calle de Bailén, em Madrid. Mas dificilmente tal acontecerá, por uma “impossibilidade legal”, pois coloca “evidentes riscos para a ordem pública e para a segurança dos cidadãos”.
Ou seja, se a família garantir um lugar onde não sejam colocadas em causa a ordem pública e a segurança dos espanhóis, prevendo já alguns protestos, manifestações e duelo de vontades, o Governo de Sánchez dará prioridade à escolha dos familiares.
De acordo com o jornal "El País", que teve acesso ao documento em que se baseia o Executivo, a exumação não "depende da autorização dos familiares nem da igreja, mas sim da via legal". O Governo espanhol prevê que a família esgote os recursos e atrase o processo. "Se não chegassem a acordo", escreve o diário, "a exumação aconteceria na presença da família e seria o Governo a decidir o novo lugar de enterro".
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