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'Brexit': Theresa May determinada a cumprir saída da União Europeia até 29 de março

'Brexit': Theresa May determinada a cumprir saída da União Europeia até 29 de março
ANDY RAIN/EPA

A primeira-ministra britânica escreve no "Sunday Telegraph" deste domingo que não irá pedir prolongamento de prazo a Bruxelas e voltará às negociações do acordo de saída com os líderes comunitários já nos próximos dias. Salvaguarda de fronteira entre as duas Irlandas poderá ser resolvida através de recurso a novas tecnologias, defende o ministro do Interior

Expresso

A primeira-ministra britânica mantém a sua determinação em cumprir o prazo de 29 de março para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Segundo a BBC, Theresa May afirma que não irá pedir um prolongamento do prazo, garantindo que irá regressar a Bruxelas “com um mandato refrescado, novas ideias e determinação redobrada” no acordo do 'Brexit'.

Num artigo publicado este domingo no "Sunday Telegraph", a chefe do governo britânico escreve que está “determinada a cumprir o 'Brexit' e o prazo de saída”, imposto pela UE. May avança que pretende renegociar o acordo com os líderes comunitários já nos próximos dias, com vista a modificar o controverso mecanismo de salvaguarda do retorno de uma fronteira física na Irlanda do Norte, apesar de Bruxelas ter recusado, até ao momento, rever o acordo estabelecido, em novembro, entre o Reino Unido e o grupo dos 27.

Theresa May promete encontrar uma solução pragmática para o impasse, após o parlamento britânico ter aprovado, na passada semana, uma emenda a exortar o Governo a negociar “regras alternativas” à cláusula de salvaguarda norte-irlandesa, “uma opção” a que não fecha a porta. O vice-primeiro ministro irlandês, Simon Coveney, adianta, contudo, que a UE será inflexível em renegociar o acordo de saída, além de não existir “uma alternativa credível à proposta que não incorpore a cláusula de segurança para a Irlanda do Norte”. “A cláusula de salvaguarda é fundamental para nós. Não se trata de comércio ou de economia, mas de pessoas e da paz”, reafirma Coveney no "Sunday Times".

Segundo o presidente do grupo parlamentar conservador, Graham Brady, que propôs essa emenda na Câmara dos Comuns, tudo estaria em conformidade se a cláusula de salvaguarda tivesse uma limitação temporal ou um mecanismo de saída unilateral.

O correspondente da BBC em Bruxelas, Chris Mason, frisa que, enquanto May negoceia um plano que o Parlamento britânico apoie antes do regresso a Bruxelas, a UE mantém publicamente que se opõe a qualquer mudança relativamente a uma fronteira física entre República da Irlanda e a Irlanda do Norte, até um novo entendimento entre Londres e Bruxelas no acordo de comércio bilateral, o que poderá demorar anos. Os conservadores mais eurocéticos criticam, contudo, o plano, alegando que deixarão o Reino Unido integrado nas estruturas da UE até à assinatura de um novo tratado comercial, um entrave ao estabelecimento do país a pactos comerciais com países terceiros.

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